Bad Boys: Até o Fim coloca a franquia nos trilhos e diverte com muita ação

Foto: Divulgação

FÁBIO ALEXANDRE
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Preciso confessar: pouca coisa tem me agradado recentemente nos cinemas. A última grande alegria foi Furiosa: Uma Saga Mad Max, mas considero o diretor George Miller e sua franquia uma caso à parte. Não esperaria dele nada mais do que o puro suco da sétima arte.

Ainda assim, resolvi dar uma chance a Bad Boys: Até o Fim, em cartaz no Topázio Cinemas, principalmente por conta da dupla Will Smith e Martin Lawrence e seus detetives Mike Lowrey e Marcus Burnett. O resultado? Saí feliz da vida da sala, após tantas piadas e tiroteios. Os Bad Boys estão de volta.

Bad Boys surgiu em 1995, com o astro em ascensão Will Smith em parceria com o diretor destruidor de lares e mundos Michael Bay (Transformers) e uma química perfeita com Martin Lawrence. O filme foi um grande sucesso e voltou aos cinemas somente oito anos depois, em Bad Boys II, reeditando o time – e o êxito – do primeiro filme.

Quando parecia que a franquia ficaria na lembrança dos mais saudosos, veio o anúncio de Bad Boys Para Sempre, lançado em 2020, com direção dos belgas Adil El Arbi e Bilall Falah. Apesar da boa recepção ao retorno dos detetives, lembro-me de sair decepcionado do cinema: o roteiro, deveras sentimental, não dá espaço para a dupla Smith e Lawrence desfilar suas piadas.

Arestas

Provavelmente por isso, a dupla resolveu voltar para um quarto filme e aparar algumas arestas das três primeiras produções, além de fantasmas pessoais. Isso mesmo.

Na trama, Lowrey e Burnett embarcam em uma perigosa missão para proteger a honra do falecido capitão Howard (Joe Pantoliano), que foi acusado de se relacionar com o tráfico de drogas e os cartéis de Miami.

No meio do processo, os detetives caem em uma armadilha, e agora precisam cuidar da sua própria reputação, pois se tornaram os mais procurados pela polícia e pelo FBI. Quem diria?

Bad Boys: Até o Fim cita diversos momentos dos filmes anteriores – destaque para a tentativa de Lowrey em namorar a irmã de Burnett – e também resgata personagens do passado, como Armando (Jacob Scipio), filho de Mike, que aqui ganha sua redenção, afinal de contas, foi “culpa” dele fazer de Para Sempre um Bad Boys dramático – e chato – demais.

Desta vez, Armando é apresentado como um assassino perigoso, mas também uma das soluções para o caso enfrentado por Lowrey e Burnett, que envolve salvar o passado do capitão, suas vidas como detetives e suas próprias famílias. Sim, agora Mike é um homem casado.

Mas o tempo passou e os Bad Boys já não são mais jovens. Por isso, o elenco de apoio está de volta, com Vanessa Hudgens (Kelly), Alexandre Ludwig (Dorn) e Paola Núñez (Rita) marcando forte presença nos principais momentos do filme.

Até o Fim é também um expurgo para momentos marcantes da vida de seus protagonistas. Do coma enfrentado por Lawrence nas gravações de Vovó…Zona em 1999, ao tapa na cara que quase acabou com a carreira de Smith no Oscar 2022. Tudo está lá, representado de maneira eficaz dentro de um roteiro que não revoluciona os filmes de ação, mas faz o básico: traz porrada, tiroteios e o timing cômico da dupla Smith e Lawrence, mais afinado do que nunca.

Tudo isso, somado às estilosas imagens captadas pela dupla de diretores, traz aos Bad Boys um novo fôlego, mesmo que seus protagonistas já tenham ultrapassado a marca dos 50 anos de idade.