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AVÓS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

Quando o diagnóstico chega na terceira idade e esclarece décadas de confusão, frustração e autocrítica

 Publicado em  13/11/2025 às 13h58  Brasil  Variedades


Foto: Freepik

Por Flávia Girardi

Durante décadas, eles conviveram com rótulos como “esquecido”, “desorganizado” ou “avoado”. Características que marcaram uma vida inteira, mas que só agora, após os 60 ou 70 anos, começam a ganhar um nome: TDAH. Embora comumente associado à infância, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade também afeta adultos mais velhos e o diagnóstico tardio tem transformado a forma como muitos idosos compreendem sua própria história.

Segundo o neurologista Matheus Trilico, especialista em neurodiversidade, estima-se que até 4% dos adultos acima dos 65 anos convivam com o transtorno, muitas vezes sem saber. Na velhice, o TDAH costuma se manifestar com menos hiperatividade e mais desatenção, inquietação mental, dificuldade de planejamento e memória recente comprometida, sintomas que frequentemente são confundidos com o envelhecimento natural ou até com demência.

O diagnóstico, no entanto, exige cuidado. “É fundamental diferenciar o TDAH de outras condições cognitivas, como o comprometimento leve e o Alzheimer. A chave está no histórico de vida: quando há sinais desde a infância e adolescência, temos um forte indicativo”, explica o médico.

Receber o diagnóstico nessa fase pode ser libertador. Muitos relatam alívio ao entender que suas dificuldades não eram fruto de falhas pessoais, mas de um funcionamento neurológico específico. E o tratamento, mesmo tardio, faz diferença.

Ele envolve uma abordagem multidisciplinar, combinando psicoterapia, principalmente a terapia cognitivo-comportamental adaptada, com estratégias práticas de organização e, em alguns casos, medicamentos. Trilico destaca que o uso de fármacos em idosos requer atenção especial, com doses ajustadas e monitoramento constante, mas pode ser seguro e eficaz.

Com o suporte adequado, muitos avós conseguem melhorar sua qualidade de vida, recuperar a autoestima e estabelecer relações familiares mais harmoniosas. “Não se trata apenas de tratar sintomas, mas de oferecer uma nova chance de entendimento e bem-estar na maturidade”, conclui o especialista.

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