Publicado em 03/06/2022 às 12h09 Indaiatuba Variedades
Hellica Miranda
Especial para o Mais Expressão
Quando a gente começa a querer se adequar? A que uma menina se sujeita para ser considerada bonita, ter amigos, ser aceita?
O curta-metragem “Bonita de rosto”, baseado no conto homônimo da escritora indaiatubana Ana Squilanti, escrito nos anos 2000, busca responder a essas perguntas com Celina, de 12 anos: na escola, ninguém acredita que a garota gordinha beijou um menino e que sua melhor amiga a considera a menina mais bonita da turma. Conforme o bullying aumenta, cresce sua tentativa de se encaixar.
“Uma amiga cineasta, a Fernanda Wagner, que faz executiva do filme comigo, leu meu livro de estreia, o ‘Costuras para fora’, e disse: Ana, os contos são muito cinematográficos, vamos filmar um? E aí olhei para o ‘Bonita de rosto’, conto do mesmo nome do filme e o que geralmente mais comentam, e vi que ali existia potencial para a história crescer”. O conto é formado por algumas histórias que uma mulher vive ao longo da vida, em que pessoas vão dizendo para ela como deveria ser o seu corpo. “Ainda que hostil, isso é o que acontece. A adequação começa pelo olhar do outro. Alguém te diz que você não deveria existir da forma que existe, você acredita, porque quer ser aceito, e começa a tentar se adequar”, diz a autora.
No roteiro, ela adaptou um trecho em que uma garota começa a usar cintas modeladoras e a fazer shakes emagrecedores, coisa que acontece ainda hoje, mas era indiscriminada nos anos 2000.
“Também quisemos basear a história em um período em que os protagonistas estivessem em fase de muita mudança na vida, como a pré-adolescência, em uma época que não havia rede social digital, só a física, que era justamente o caderno de perguntas que rodava de sala em sala”, diz a autora do conto e produtora do curta-metragem.
Ana Squilanti ganhou Prêmio Estímulo
Ana Squilanti é escritora, roteirista e diretora. Desenvolveu, na Rede Globo, a série “1⁄4”, focada no público jovem, do programa Bem-estar. Também dirigiu o documentário “Mais que um corpo”, finalista do concurso de melhor roteiro do Rota 2020 e foi coautora e assistente de direção de “Meu último Natal” (Butikin Filmes, 2021, Prêmio Aldir Blanc).
Contemplado pelo Prêmio Estímulo ao Curta-Metragem, do Proac (Programa de Ação Cultural), seu filme “Bonita de Rosto” será todo gravado em Indaiatuba, com o objetivo de movimentar a produção audiovisual na cidade.
Para Ana, o assunto principal da produção é a aceitação: “Nas pesquisas para o filme, achamos artigos que mostram que grande parte das meninas acredita que seriam mais felizes magras, e que se elas crescem assistindo televisão e clipes de música, essa crença aumenta, porque são esses corpos que você vê na tela e nas revistas. Isso acontece com pessoas gordas, pretas, indígenas, deficientes físicas etc. Queremos no filme trabalhar referências, uma vez que o final feliz da personagem vem quando ela encontra uma mulher parecida com ela e consegue reconhecer beleza nela e em si”.
A artista ainda acredita que todo mundo tem um pouco de Celina (a protagonista da história) dentro de si e o impacto que a equipe pretende causar é justamente da identificação: “Escrevo histórias para que o público se identifique e, a partir disso, possa ser gerada uma fagulha de mudança. A gente não consegue alterar o que não vê, em si ou no outro”. (HM).
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