Publicado em 08/10/2023 às 10h00 Indaiatuba Saúde
A automedicação é muito comum entre os brasileiros, porém, essa prática pode acarretar em diversos problemas de saúde
Foto: Divulgação
Rayane Lins
Atualmente, o uso de remédios para problemas de saúde é visto, muitas vezes, como uma solução imediata para aliviar sintomas como dores e mal-estar. Os efeitos das substâncias presentes nos remédios têm sido subestimados e a automedicação é, hoje, uma prática comum entre os brasileiros, podendo causar graves danos ao organismo.
Segundo a Farmacêutica, docente do Curso de Farmácia da UniMAX e especialista em Assistência Farmacêutica e Legislação, Jéssica Cardoso, a automedicação, nada mais é, quando uma pessoa toma um medicamento por conta própria, sem a orientação de um profissional de saúde qualificado, como médico ou farmacêutico. Isso inclui a utilização de medicamentos prescritos por um médico de maneira diferente da recomendada, como mudar a dosagem ou a frequência de uso.
E essa prática é comum, além do alívio rápido do incômodo inicial, ainda segundo a especialista, as pessoas podem se automedicar por várias razões, mas algumas das motivações mais comuns são: autodiagnóstico, acesso facilitado a medicamentos de venda livre, economia de tempo e dinheiro, familiaridade com o medicamento, desconfiança no sistema de saúde e influência de terceiros.
Perigos da automedicação
É muito comum termos em casa um estoque de medicamentos, um kit de comprimidos que amenizam as mais variadas dores. Porém, a redução ou o desaparecimento dos sintomas depois da automedicação nem sempre quer dizer que a enfermidade foi sanada, nem que o tratamento foi adequado. Os perigos da automedicação são reais e podem acontecer com qualquer pessoa, muitas vezes, ameaçando a vida.
Esses são alguns dos inúmeros riscos que as pessoas correm ao se automedicar:
Reações alérgicas: Os medicamentos são compostos pelos mais diferentes princípios ativos. Assim, existem combinações de substâncias, interações medicamentosas e com outros produtos. Tudo isso pode desencadear reações alérgicas, das mais sutis às severas.
Dependência: O organismo vicia naquela substância, quando o consumimos de maneira errada ou por um tempo prolongado, fazendo com que a pessoa se sinta bem apenas quando ela é utilizada. Isso oferece um risco significativo para a saúde em geral e de órgãos específicos, como os rins, fígado, coração e o pulmão.
Intoxicação: Existem diferentes concentrações de princípio ativo nos medicamentos. E cada pessoa precisa de uma quantidade diferente de acordo com suas características, assim como cada problema é tratado de uma forma diferente com o mesmo remédio. Um dos perigos da automedicação é não considerar esses fatores. Tudo isso pode provocar intoxicação. A interação com outros medicamentos e o modo como essas substâncias são armazenadas também merecem atenção, pois são elementos que alteram sua estrutura e comprometem a eficácia.
Resistência aos remédios: A resistência acontece quando um medicamento é utilizado por um período prolongado ou quando usamos uma substância inadequada para tratar um determinado problema. O organismo não consegue mais responder à ação dos remédios, o que faz com que o tratamento seja ainda mais complexo e demorado.
Efeitos colaterais intensos: Os remédios, até mesmo os que são considerados inofensivos, podem causar efeitos colaterais. Essas reações variam de pessoa para pessoa conforme sua sensibilidade, de acordo com suas condições orgânicas e a possível ingestão de outras substâncias.
Atraso no diagnóstico: Geralmente, as pessoas procuram um remédio que ajude a controlar um sintoma incômodo. Entretanto, não podemos esquecer que o sintoma é apenas um sinal que o organismo emite para avisar que algo está errado, ou seja, ele não é o problema ou a doença em si. Sendo assim, quando apelamos para a automedicação a fim de controlar um determinado sintoma, estamos mascarando o problema verdadeiro. Com isso, atrasamos ainda mais o diagnóstico, pois temos a falsa sensação de que tudo está bem e adiamos a ida ao médico. Esse atraso pode dificultar o tratamento e comprometer ainda mais a saúde.
Agravamento do quadro: Para entender este último tópico da nossa lista de perigos da automedicação, vamos pegar como exemplo a dor de garganta. Sabia que ela pode ser ocasionada por diferentes fatores? Entre eles estão reações alérgicas, uso excessivo da voz, desidratação orgânica, gripes, resfriados e bactérias.
Em cada uma dessas situações o tratamento é diferente, mas nem sempre quem tem o hábito de se automedicar pensa nesse detalhe e acaba tomando qualquer remédio que ajude a aliviar o desconforto. É por isso que a automedicação pode levar ao agravamento do quadro. Afinal, se a dor de garganta for de origem bacteriana, por exemplo, precisa ser tratada com antibióticos. Então, uma simples pastilha não vai funcionar, e a infecção vai se agravar. Isso acontece também para outros problemas, quando não são tratados logo no começo e com a medicação correta.
Como evitar a automedicação
Ainda de acordo com a Farmacêutica Jéssica, é importante entender qual é a causa dessa dor. “O paciente deve ser sempre orientado pelos profissionais de saúde a tentar identificar suas dores e buscar ajuda para isso caso surjam sintomas ou alterações em padrões já conhecidos por ele”, relata. “Uma dor pode ser desde um problema auto limitado, como uma dor de cabeça tensional, por exemplo, passível de ser tratada com medidas não medicamentosas ou medicamentos isentos de prescrição, como analgésicos. Quanto um sintoma de algo mais grave, que necessita de diagnóstico para a sua resolução”, salienta a profissional.
A Anvisa e a OMS promovem a educação do público sobre medicamentos, incentivando as pessoas a entenderem como usar os medicamentos de forma adequada, bem como a ler os rótulos dos medicamentos e seguir as instruções dos profissionais de saúde.
Ambas as organizações reconhecem que a automedicação pode ser apropriada em certas situações, desde que seja feita de forma responsável e informada. No entanto, também alertam para os riscos associados à automedicação inadequada e enfatizam a importância de buscar orientação profissional quando necessário. Para garantir a segurança do paciente e o sucesso do tratamento, antes de iniciar qualquer tratamento com medicamentos é fundamental a identificação dos sintomas junto aos profissionais de saúde qualificados”, conclui Jéssica.
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