As profissões na era digital

Os desafios e oportunidades das carreiras iniciantes às mais sólidas

Publicado em 28/10/2025 às 10h54 Brasil Educação

Por: Ágatha Lemos

O brasileiro já foi eleito o povo que mais gosta de memes no mundo. Realmente, acabamos por colocar humor, criatividade e até uma pitada de sarcasmo nesse tipo de linguagem. Outro dia, um meme que divertiu muita gente apresentava duas pessoas conversando e uma delas dizia:

– A IA (Inteligência Artificial) vai substituir até você.
– Graças a Deus. Não aguentava mais – responde o outro.

Apesar de ser um meme, caracterizado pelo exagero e a comédia, ele tem seu elo com a realidade, gerando, por isso, identificação. Algumas previsões são um tanto óbvias; outras, no entanto, acabam gerando preocupação.

Já faz algum tempo, mesmo antes da IA, que as profissões ligadas à tecnologia figuram entre as principais buscas no mercado de trabalho (veja o quadro de profissões na era digital).

Desenvolvedores de software, analistas de "Big data", cybersecurity, entre outras, têm se mantido na lista de alta demanda para empresas de diferentes portes.

Além dessas, as pessoas que sabem manejar as redes sociais, fazendo uma boa gestão de marketing digital ganham cada vez mais espaço, afinal, na atualidade, a vida virtual é uma extensão da vida real.

Web designers e especialistas em IA também têm lugar garantido.

Até aí, nada novo debaixo do sol. Mas o que acontece com as profissões tradicionais?

Cyborgs

De acordo com muitos teóricos da Informação e da Comunicação, nós humanos, já nos tornamos uma espécie de cyborgs. Mas, quando falamos de organismos cibernéticos, isto é, partes orgânicas combinadas com partes ligadas à realidade virtual, não estamos falando de robôs ou androides.

Antes, estamos falando metaforicamente da revolução quem tem sido a integração de elementos artificiais à vida real. E tudo isso sob o argumento de a melhoria das capacidades.

Se por um lado tudo isso já se mostra bastante funcional, como podemos ver na medicina e no grande avanço que nanorrobôs proporcionam em cirurgias, por exemplo, tornando-as menos invasivas; por outro, é temerária a substituição de alguns profissionais pela máquina.

Recentemente, em entrevista, Bill Gates, o ex-diretor executivo da Microsoft afirmou: "A IA vai substituir médicos e professores em 10 anos". Ele justifica que isso se dá especialmente porque a IA otimizará habilidades que ainda dependem de muita especialização humana. A notícia repercutiu internacionalmente, dividindo opiniões.

Contudo, Gates acredita que mesmo parecendo assustador e rápido demais, algumas questões nunca poderão ser relegadas à Inteligência Artificial. Dentre elas, ele destaca o entretenimento como uma atividade realizável apenas pela humanidade.

Outros estudiosos entendem que o boom da IA apenas simula o aumento da inteligência humana, mas que, em longo prazo, seu efeito pode ser contrário. E para o CEO de IA da Microsoft, Mustafa Suleyman, a transformação do trabalho proporcionado pela IA terá um impacto “profundamente desestabilizador”, principalmente no mercado de trabalho, disse ao New York Post.

A reinvenção das profissões tradicionais

É fato: algumas profissões precisarão se reinventar com o uso das tecnologias de informação e comunicação para cumprirem seu papel. Isso já pode ser visto no caso de profissionais da saúde mental (psiquiatras, psicólogos, psicanalistas) que oferecem atendimento on-line. A telemedicina também já faz uso deste tipo de ferramenta, obtendo bons resultados.

De modo geral, é preciso estar atento às mudanças tecnológicas e fazer adaptações. Mas nem tudo está perdido. Com o advento da TV, disseram que o rádio acabaria. Quando a internet chegou, foi a vez de dizerem que a TV não duraria. Apostaram que os E-books substituíram os livros físicos, mas o que vimos até agora foi a convergência de todas as mídias e não o fim delas.

Isso significa que, se antes, toda a receita estava pautada sob apenas um tipo de mídia, hoje, ela se divide em suas variadas formas, exigindo diferentes ações para cada uma delas.

Do mesmo modo, a adaptação se faz necessária na construção e manutenção das mais variadas carreiras. Para aqueles que ainda estão cavando seu lugar no mercado, o ideal é pesquisar possíveis caminhos que unam habilidade e tecnologia. Para quem já tem uma carreira sólida, vale a pena investir naquilo que a vida contemporânea não mais propõe, mas, sim, impõem sobre cada um de nós.

<Box 1>

40 carreiras em alta na era digital