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Alta da conta de luz impulsiona vendas no mercado de energia solar em Indaiatuba

Consumidores tentam resolver o problema sem depender das hidrelétricas, já que país vive maior seca dos últimos 91 anos

 Publicado em  10/09/2021 às 10h13  Indaiatuba  Tecnologia e inovação


Eloy de Oliveira
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A decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de criar a bandeira da escassez hídrica, que aumentou em 49,6% os gastos extras com a conta de luz em setembro, reforçou um movimento de consumidores de Indaiatuba na busca pela energia solar.

A empresária Gislene Costa Bergh, proprietária Solar Job, empresa com 15 anos de mercado e nove deles exclusivamente com energia solar em Indaiatuba, afirma que a procura pela implantação dos sistemas fotovoltaicos dobrou e que não para de crescer.

Com perto de mil instalações em residências, comércios e indústrias, principalmente condomínios, destaque para a Casa da Esfiha, o Colégio Meta e o Hotel Gandini, a empresária atribui o interesse aos sucessivos aumentos na conta de luz e ao custo-benefício do sistema.

“O fotovoltaico é um investimento promissor. O retorno gira em torno de 20% ao ano, o que paga o gasto com aumentos da conta de luz e se torna significativo neste momento principalmente para indústrias e comércios, que viram o lucro despencar”, diz a executiva.

Otimista

Fernando Santiago, sócio-proprietário da Solemax Aquecimento e Energia Solar, empresa que opera há três anos na cidade e que chega neste mês a 100 usinas instaladas, está otimista com o movimento, que vem crescendo desde que o preço das contas de luz disparou.

Nadine Cristine, orçamentista da Solemax encarregada de fazer a análise de viabilidade das usinas, afirma que a procura por soluções com a energia solar na empresa aumentou 30% na comparação do primeiro semestre deste ano com o mesmo período do ano passado.

Ela também atribui a procura aos aumentos nas contas de luz. A nova bandeira tarifária, que elevou a taxa adicional a cada 100 KWh consumidos de R$ 9,49 para R$ 14,20, vai durar até 30 de abril de 2022. A justificativa da Aneel é que se vive a maior seca dos últimos 91 anos.

O Operador Nacional do Sistema (ONS) alerta inclusive que a escassez de água nos reservatórios de hidrelétricas brasileiras com a persistência da falta de chuvas significativas poderá levar o país ao limite já em novembro, prejudicando a geração de energia elétrica.

Perfil

Para Márcio Campos, sócio-proprietário da Mega Solar Energia e Aquecimento, empresa que consolidou mais de 50 sistemas fotovoltaicos em residências, indústrias e comércio de Indaiatuba e região em um ano de mercado, o perfil do consumidor mudou.

“Atualmente, notamos uma procura maior pelos sistemas fotovoltaicos de pessoas que estão construindo. Esses clientes representam 30% do negócio. Antes eram donos de residências ativas que mais se interessavam, o que mostra mais ainda a força da energia solar”.

Para o empresário, os constantes reajustes nas tarifas de energia elétrica têm provocado o aumento da procura por essa tecnologia pelo fato de ela ser sustentável e economicamente atrativa, visto que em média, o retorno do investimento se dá entre 3,5 a 4 anos.

Surgida a partir da ampliação dos negócios da Mega Air, a Mega Solar Energia e Aquecimento tem ampliado também as vendas para as cidades da região, como Campinas, Valinhos, Salto, Itu e Santa Bárbara D'Oeste e outras mais distantes, como São Paulo e na Baixada Santista.

Líderes

O crescimento da procura pelo sistema à base da energia solar em Indaiatuba acompanha um movimento nacional. Dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) revelam que os investimentos no setor superaram R$ 50 bilhões este ano.

O volume foi quase 50% maior no primeiro semestre de 2021. Só nesse período, em comparação ao mesmo período de 2020, chegou-se a 1,5 milhão de KW, o que coloca o Brasil entre os 15 países com maior capacidade de geração solar instalada do mundo.

No mês de agosto, segundo a Absolar, o país ultrapassou a marca histórica de 10 GW de potência operacional da fonte solar fotovoltaica, graças ao maior interesse do consumidor, em todos os níveis de dimensão e potencial financeiro, por esse tipo de geração de energia.

São Paulo lidera a lista dos Estados com maior interesse em energia solar, seguido pelo Pará e Minas Gerais, mas o crescimento da procura e o interesse pela energia mais sustentável e mais barata tem sido registrado em praticamente todas as localidades do país ultimamente.

Investimento pode ser financiado por fintechs

A implantação de um kit para geração de energia solar varia de R$ 8 mil, para um consumo mensal de até 200 KWh, a R$ 41 mil, para um consumo mês de até 1,2 mil KWh, mas esses custos podem ser financiados.

A Meu Financiamento Solar, maior fintech de crédito para energia solar do Brasil, cresceu mais de 60% de janeiro a junho deste ano atuando exatamente nessa fase do processo, com geração de um bilhão de propostas.

A empresa contabiliza até agora 35 mil propostas pagas, o que significa uma boa média mensal, sendo 70% de instalações residenciais. Para Carolina Reis, diretora comercial do Meu Financiamento Solar, o consumidor acordou.

"Alguns Estados, como Minas Gerais, lideram o ranking de instalações fotovoltaicas por se tratarem de Estados onde o reajuste foi o maior do país, chegando a 11,4% segundo levantamento da Aneel”, diz a diretora.

No Pará, onde a tarifa subiu 8,92%, a situação é a mesma. “Não é à toa que esses Estados lideram a lista dos dez com mais consumidores em busca de energia limpa e barata e a tendência é de mais crescimento", afirma ela.

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