Água de bica no Morada do Sol é imprópria para consumo

Mesmo imprópria para consumo, muitas pessoas ainda consomem água que sai de um bica na Praça Darcy Barnabé, no Jardim Morada do Sol, próximo à Guarda Municipal. O Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) informou que as amostras da água daquela mina foram coletadas e analisadas, e que em 2010, a Prefeitura informou que a água era imprópria. Ainda assim, muitas pessoas ainda fazem uso da bica.

“Fazemos analise periodicamente e tem dias que a água está potável e tem dias que não. Por isso não podemos garantir que seja boa para consumo”, afirma a Assessoria de Comunicação da autarquia. Em 2010, o Departamento de Vigilância em Saúde orientou que o consumo poderia causar diarreia e infecções.

O Mais Expressão esteve na Praça Darcy Barnabé na manhã de ontem, dia 24, e constatou que muitas pessoas procuram o local para abastecer seus galões. Um senhor de 82 anos, que mora há mais de 30 no bairro, afirma que sempre bebeu da água e nunca sentiu teve problemas. Outra senhora chega de carro com vários galões e informa que usa a água para cozinhar. “Eu fervo antes de usar”, ressalta.

Durante o tempo que ficou no local, a redação do Mais Expressão conversou com outros moradores que encham seu galões. Todos afirmara que a vizinhança da bica e dos bairros próximos fazem filas aos sábados para abastecer suas casas com a água, para consumo.

CONTAMINAÇÃO

O Saae informou que as bactérias que contaminam a água daquela nascente são termotolerantes: Coliformes Totais e Heterotróficas. O engenheiro químico, chefe do laboratório de águas do Saae, Alex Guimarães, esclareceu que existem dois tipos de coliformes, os totais e fecais. “Os coliformes totais compõem os grupos de bactérias gram-negativas que podem ser aeróbicas ou anaeróbicas (isto dependerá do ambiente e da bactéria), não originam esporos e fermentam a lactose, produzindo ácido e gás a 35/37°C”, explica.

Alex disse que os coliformes fecais são também conhecidos como “termotolerantes” por suportarem uma temperatura superior a 40°C, e convivem em simbiose com humanos, bois, gatos, porcos e outros animais de sangue quente. “São excretados em grande quantidade nas fezes e normalmente não causam doenças (quando estão no trato digestivo). Neste grupo está presente a bactéria gram-negativa Escherichia coli, e ao se ingerir alimentos por ela contaminados, os resultados são desagradáveis, como uma gastrenterite, por exemplo, podem ser brandos ou desastrosos, dependendo do grau de contaminação”, detalha.

Lembrando que as análises de água são pontuais. “Isso quer dizer que a amostra retirada às 10h da manha não é igual à amostra retirada às 11h. Portanto, qualquer variação no vêio da água mostra oscilação nas análises realizadas”, informa o engenheiro químico. “Não temos como garantir que a qualidade da água é boa 24 horas por dia. Como obtivemos análise de baixa qualidade e outras de boa qualidade, fica inviável o Saae garantir que essa água seja de boa qualidade 24 horas por dia.”

Essa contaminação é constatada pelo Saae desde 2009.  Desde então, a autarquia vem informando a população, que retira as placas informativas. Questionada, a Secretaria de Urbanismo e do Meio Ambiente informou que iniciará estudo para identificar uma maneira de resolver o problema.