Publicado em 22/04/2025 às 15h08 Indaiatuba Comportamento
Barbara Cora com as apresentadoras Flávia Girardi e Nayara Rodrigues
Foto: divulgação
O podcast “Os 6 Gatinhos”, em parceria com o jornal Mais Expressão, trouxe uma entrevista com a coordenadora do Espaço Avançar, Bárbara Corá, sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), diagnóstico precoce, níveis de suporte e o papel da escola e da família nesse processo.
Durante a entrevista, Bárbara destacou a importância da observação em grupo e da interação social como ferramentas fundamentais para o diagnóstico. “Pensando, por exemplo, no diagnóstico de autismo, a gente pede relatório para a escola. Não dá para fechar diagnóstico sem saber como essa criança está na escola”, explicou. Para crianças que ainda não estão matriculadas, a orientação é clara: “Primeiro vai colocar, primeiro vê ela no coletivo e na estimulação da idade”.
A especialista esclareceu que os primeiros sinais mais evidentes do autismo geralmente surgem por volta dos dois anos. “Fica mais claro a partir dos 2 anos, né? Porque é quando a criança vai desenvolvendo os aspectos sociais, coletivos. Abaixo disso, ela fica em casa com a mãe, mais bebezinha, mais dependente”, afirmou. E acrescenta: “Até os dois anos ela vai desenvolver fala. A gente espera que a criança aponte, né?”.
Um ponto abordado com frequência por pais e cuidadores diz respeito ao contato visual. “Essa questão do olhar, Bárbara, que às vezes eu escuto muito falar: ‘mas ele não foca, ele não olha’. Tem isso ou não?” A especialista responde: “Tem, mas não é o parâmetro principal. Criança pequenininha não olha o tempo todo, não sustenta olhar. Mas o que ela faz? Olha para o seu rosto, o que você está fazendo. No desenvolvimento típico, a gente espera que a criança faça o quê? Na hora que eu estou cantando, faça igual”.
Bárbara reforça ainda a importância das consultas regulares com o pediatra. “Criança até 2 anos precisa ir ao médico sistematicamente. O pediatra vai puxar essa família para os marcos do desenvolvimento e, se viu que não está, precisa orientar: ‘olha, por favor, leva para uma avaliação’”.
Ao falar sobre o autismo, Bárbara foi categórica: “O autismo é um transtorno de neurodesenvolvimento. Ele não é uma doença”. E completou: “O cérebro dessa pessoa funciona de forma diferente, principalmente na comunicação. E não é só a fala, é a forma de se relacionar, de perceber o mundo”.
Sobre o diagnóstico precoce, ela fez um alerta: “Muito mais importante que o diagnóstico é a intervenção. As pessoas confundem isso. Quando me deparo com uma suspeita de autismo, mas essa criança apresenta atraso no desenvolvimento, eu preciso pôr em intervenção porque tem atraso. Esse deveria ser o pensamento correto, independente do diagnóstico”.
A coordenadora também abordou os níveis de suporte, que muitas vezes geram ansiedade nas famílias: “Hoje a gente tem muitos profissionais que dão um diagnóstico e falam para a mãe: ‘mãe, é um nível 3 de suporte’, mesmo com criancinha pequena. Só que naturalmente esse pequenininho seria um nível 3 de suporte por ser criança. Então, vamos pensar que o nível de suporte a gente vai conversar mais tarde”.
Ela explicou brevemente os três níveis:
Nível 1: autistas com fala e maior independência, mas que precisam de suporte principalmente na socialização;
Nível 2: precisam de ajuda também em atividades de autocuidado e suporte pedagógico;
Nível 3: maior dependência e necessidade de suporte contínuo.
Sobre a atuação do Espaço Avançar, Bárbara lembrou que o serviço é público e atende crianças de 2 a 14 anos mediante encaminhamento da rede de saúde. “Não atendemos por demanda espontânea, precisa passar no posto. E não adianta vir com encaminhamento particular, porque seguimos o fluxo do SUS”.
Encerrando a conversa, ela deixou um recado para as escolas e famílias: “Observou algo? Chame para conversar, diga que o desenvolvimento não está muito bom, pergunte: ‘já foi ao pediatra esse ano?’ O brasileiro ainda tem essa dificuldade com o acompanhamento contínuo da saúde. Só vai ao médico quando está doente”.
O episódio completo já está disponível no Youtube.
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