Publicado em 21/05/2025 às 13h53 Estado de São Paulo Tecnologia e inovação
Foto: Divulgação
Numa tarde ensolarada de outono, duas crianças brincam no quintal de sua casa, numa pequena cidade do interior paulista. O menino faz buracos na areia com uma miniescavadeira. A menina, com um estetoscópio no pescoço, examina suas bonecas. Os brinquedos, produzidos no chão de fábrica, acalentam as primeiras vocações e exercitam a imaginação criativa.
Porém, a indústria não está presente apenas na alegria e nos sonhos da infância, mas também nas vidas de todas as pessoas, nos computadores e celulares que nos conectam ao mundo e guardam memórias, nos calçados e roupas que vestem histórias e nos móveis das famílias. Encontra-se nos ônibus e no metrô que nos levam ao trabalho, no aparelho médico que salva vidas, nos caminhões que transportam cargas, no fogão que cozinha, na geladeira que conserva alimentos, no violão que embala canções e nos instrumentos de percussão do nosso samba. O setor está nas estradas, nos aviões, nas bolas de futebol, nos navios, nos hospitais, nos livros, nas escolas, nas casas e nas empresas.
Por essas boas razões, o Dia da Indústria, 25 de maio, celebrado no outono de todos os brasileiros, merece especial comemoração. A data homenageia Roberto Simonsen, patrono do setor, falecido nessa data em 1948. Sua trajetória simboliza a resiliência e o espírito empreendedor característicos da atividade. A manufatura nacional ganhou impulso após a Primeira Guerra Mundial, quando as dificuldades de importação abriram espaço para a produção doméstica.
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) faz parte dessa história, pois nasceu naquele triste contexto geopolítico global, com o propósito de contribuir para o advento e fomento das fábricas brasileiras. Foi fundado em 1928, reunindo lideranças de coragem e apaixonadas pelo Brasil, como Francisco Matarazzo, Jorge Street, José Ermírio de Moraes e o próprio Simonsen. Mais do que uma entidade de classe, representou mudanças de mentalidade, difundindo a consciência de que o Brasil precisava não apenas produzir, mas inovar.
Foi um movimento irresistível em direção ao futuro. Hoje, apesar dos desafios das últimas décadas, o setor mantém-se importantíssimo para nossa economia. Os números são conclusivos: responde por mais de 66% das exportações de bens e serviços, concentra quase 70% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e é responsável por quase um quarto da arrecadação previdenciária. Gera mais de 11 milhões de empregos, muitos deles com salários acima da média nacional, e tem o maior efeito multiplicador dentre todos os ramos de atividade. Cada real que produz gera quase 2,5 no âmbito de todas as cadeias de valor. Sem falar de educação, saúde, cultura, lazer e esportes oferecidos pelo Sesi e formação profissional ministrada pelo Senai a milhões de pessoas por ano.
O Brasil precisa, mais do que nunca, de uma nova reindustrialização, como preconizam com insistência as entidades representativas do setor e como prometem alguns programas governamentais em curso, cujo êxito ainda precisa ser ratificado em termos práticos. Não se trata de um objetivo ligado à nostalgia de um passado de conquistas. Ao contrário, é um fator determinante para um futuro mais justo e próspero. Esse caminho passa pela redução do “Custo Brasil”, por políticas públicas eficientes e pela coragem de investir no que sempre nos moveu: a capacidade de transformar matéria-prima em progresso, dificuldades em oportunidades e sonhos infantis em realidades adultas.
Sim, a indústria incorpora o potencial de construir um amanhã melhor. Desde os brinquedos dos quintais do outono até o conjunto de bens manufaturados que sustentam a primavera do desenvolvimento, o setor é uma das principais forças que transformaram nosso país em uma verdadeira nação.
*Rafael Cervone, engenheiro e empresário, é o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
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