Publicado em 12/09/2023 às 16h06 Indaiatuba Arquitetura e Construção
Foto: Divulgação
O Brasil passou a viver, a partir de 2014, os primeiros grandes focos daquilo que pode ser a maior crise hídrica de sua história. Com um problema grave de seca e também de gestão dos recursos naturais, o país vem apresentando níveis baixos em seus reservatórios em épocas do ano em que eles costumam estar bem mais cheios.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), atualmente cerca de 80 países enfrentam problemas de abastecimento. Além disso, mais de um bilhão de pessoas não tem acesso a fontes de água de qualidade.
Os números ainda revelam que somente 3% da água do planeta é própria para o consumo, o que não é suficiente para toda população.
Nos últimos anos, o Brasil tem sofrido a falta de água nos períodos de estiagem, entre os meses de maio e setembro. Isso porque no verão as chuvas não aconteceram em grande quantidade. Resultado disso? Cidades sofrendo com o abastecimento de água.
No sudeste do país, especialmente São Paulo, teve nos últimos anos uma demonstração de que os recursos naturais, especialmente a água, não estão sob o controle do homem e sim, sendo regidos pelas leis da natureza. O baixo níveis das águas das principais represas do Estado, associada à falta de chuva, tornou a situação de alguns municípios, caótica.
Reuso
Pensar em maneiras de reutilizar a água é uma forma de controlar perdas e evitar desperdícios, além de minimizar o consumo de água no Brasil.
Por isso, os projetos de novas edificações já preveem o uso de cisternas que armazenam a água da chuva para reutilização em lavagem de quintais e regas de plantas. Este recurso diminui a compra de água potável para estes fins, ainda mais quando a água é um recurso que pagamos duas vezes, na maioria das edificações: quando recebemos da concessionária e quando devolvemos em forma de esgoto.
O Japão, por exemplo, reutiliza cerca de 80% de toda água destinada a indústria. Nos condomínios, hotéis, hospitais, a água que vem dos chuveiros e banheiras segue por uma tubulação até chegar a um pequeno reservatório e assim reabastecer os vasos sanitários.
Apesar do cidadão comum não ter conhecimento, a legislação brasileira, em âmbito federal tem a Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos que prevê diretrizes, critérios e modalidades para fazer o reuso da água. As modalidades são: reuso para fins urbanos, reuso para fins agrícolas e florestais, reuso para fins ambientais (recuperação de áreas degradadas), reuso para fins industriais e reuso na aquicultura.
Tratando-se do ambiente doméstico, a água usada nas máquinas de lavar roupas, chuveiros e lavatórios são consideradas águas cinzas. Isso significa que podem ser reaproveitadas nas descargas de vasos sanitários ou para limpeza de áreas externas, como quintais e garagens. Sabe-se que um ciclo da máquina de lavar consome mais ou menos 135 litros de água. Está claro que parte desse líquido pode ser usado para outros fins dentro da própria residência.
Já em empresas, existem vários tipos de reuso que podem ser aplicados. O mais comum e simples de ser feito é a captação de água da chuva. Tal água servirá para lavar pátios, regar jardins ou limpar maquinários.
Consciência
O ilustrador e animador Steve Cutts resumiu na animação Man, o quão prejudicial e descuidado pode ser o ser humano, ao lidar com os recursos naturais do planeta, sem levar em consideração sua sustentabilidade. Em pouco mais de 3 minutos, Cutts brinca com o desprezo do homem em relação à preservação do meio ambiente e mostra atos descontrolados de industrialização e urbanização, passando também pelo desprezo ao bem estar dos animais.
O vídeo, que já foi visto por mais de 8,5 milhões de pessoas, nos faz refletir a respeito dos nossos atos diários em relação ao meio em que vivemos.
O simples ato de jogar o lixo pela janela do carro em movimento pelas ruas já é prejudicial. Não respeitar os limites da natureza e dos outros seres vivos, incluindo o reino vegetal, nos torna vorazes destruidores do meio ambiente, da cultura, da educação e da ética do planeta. Em alguns países chamados de “primeiro mundo”, alguns destes atos já foram banidos há tempos, pois sofreram punições ou tiveram que aprender com perdas irreparáveis, por exemplo, de seus recursos naturais.
No Brasil, ainda vivemos a abundância da natureza, o que afasta ilusoriamente a hipótese de escassez. Mas, o alerta da natureza está sendo dado. No ano de 2014 tivemos uma pequena amostra do poder dela: ficamos sem água em nossos reservatórios de abastecimento. Nossas florestas estão sendo dizimadas sem parcimônia, os hábitos de consumo rementem ao início da era industrial, sendo que a cada dia são despejados milhares de veículos novos nas ruas. Qual o preço que pagaremos por este descontrole?
Tecnologia
O Climate Tile é um projeto-piloto para capturar e redirecionar 30% da água pluvial extra esperada por conta das mudanças climáticas. Criado pela Third Nature com a IBF e a ACO Nordic, o projeto foi inaugurado em um trecho de 50 metros de calçamento em Nørrebro, em Copenhague, na Alemanha. A primeira calçada foi criada como um projeto climático inovador que utiliza o Climate Tile para criar uma paisagem urbana bonita e adaptável. Destinado a cidades densamente povoadas, o piso manuseia a água através de um sistema técnico que trata a água como um recurso valioso.
O Climate Tile é um sistema de adaptação para as cidades do futuro. O trecho piloto em Copenhague é o início de um processo de desenvolvimento plurianual com a Cidade de Copenhague, Realdania, o Fundo de Desenvolvimento de Mercado e outros colaboradores.
O Climate Tile reintroduz o circuito de água natural nas cidades existentes através de um processo simples que gerencia a água da chuva do telhado e calçadas e garante que a água corra para o lugar adequado como plantas ou reservatórios de água. Ele pode capturar e redirecionar 30% da água extra projetada devido à mudança climática e, assim, evitar sobrecargas da infraestrutura de drenagem existente.
Como a equipe afirma, o Climate Tile desenvolve e une funções tradicionalmente separadas. Com o desenvolvimento do The Climate Tile, as futuras calçadas coletarão e manejarão a água, contribuindo para o crescimento de uma natureza urbana e um microclima melhorado. Assim, o calçamento gera valor agregado para os cidadãos e eleva o nível de qualidade de vida e a saúde geral dentro da cidade. O projeto é visto como uma solução inclusiva que funciona em conjunto com estradas, ciclovias, sinalização, mobiliário urbano, praças urbanas e natureza urbana.
Galeria de mídia desta notícia
Conheça o Guia Expressão e crie sua página na Internet. Baixo investimento e alto poder de conversão.
Clique aqui e solicite!
O Troféu Frutos de Indaiá tem o significado de sucesso e vitória. Uma premiação pelo esforço contínuo e coletivo em direção à excelência.
Confira como foi o Frutos de Indaiá 2022.