A força do quinto poder da democracia

Fernanda Bugallo

Já é notório saber a existência do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário em uma democracia. Também, popularmente, a Imprensa Tradicional é considerada o Quarto Poder. E, desde 2019, no Brasil a força da internet em um processo de tomada de decisão fez com que as redes sociais se tornassem o Quinto Poder da Democracia.

Cada dia que passa, a política está mais permeável à pressão de novas tecnologias e, claro, quem pressiona mais, consegue ganhar mais espaço. E além desse processo ser irreversível, ele também pode ser considerado “preocupante”, haja vista que ainda existe a necessidade de uma fiscalização apropriada e empenhada em descobrir se, de fato, a manifestação popular em rede social sobre determinado assunto é genuína ou se são “robozinhos” trabalhando a favor de uma determinada causa para enaltecer um candidato.

Faço agora um parêntese para apresentar uma ferramenta poderosa de coleta e mensuração de dados na internet: Torabit. Essa ferramenta foi criada por Stephanie Jorge, sócia e cofundadora, e Caio Túlio Costa, jornalista e o primeiro ombudsman do jornal Folha de São Paulo.

Nesta semana, foi apresentada uma pesquisa em que mostra o enorme poder das redes sociais no processo de formação de opinião aos candidatos à Presidência.

O período analisado pela ferramenta é de março a junho de 2022 em que houve um aumento de menções negativas ao ex-presidente Lula, que, em março, tinha 6.166 menções e subiu para 45.853 em junho. Paralelo a isso, o atual presidente Jair Messias Bolsonaro em março recebeu 9.996 menções negativas para 12.739 no mesmo período.

Vale recordar que na primeira eleição à Presidência, Bolsonaro utilizou de forma maciça as redes sociais e sim, de fato, isso o ajudou muito durante a campanha. E, parece que os demais candidatos ainda não aprenderam de fato essa lição ou não encontraram o caminho das pedras. O presidente ainda continua forte das redes sociais (Youtube, Instagram, Tiktok, Twitter) e busca cada vez mais atrair os jovens.

Utilizando da premissa “falem bem ou mal, mas falem de mim”, Bolsonaro permanece campeão de audiência nas redes sociais com o maior número de menções. 

Será que tudo isso vai mudar? Vamos acompanhar as cenas dos próximos capítulos e o posicionamento dos adversários na corrida eleitoral, bem como de seus eleitores.

Fernanda Bugallo - Jornalista formada pela PUC Campinas MBA em Negócios, Marketing e Mídias Digitais UniEduk