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Colunistas / José Trevisan

DECISÃO AFETIVA

Postado em 13/11/2012 às 12h26


 

Hoje de manhãzinha, logo que cheguei à escola, uma mãe de aluno, muito aflita, me procurou, perguntando se eu era o Professor de história. Após eu ter afirmado que sim, essa mãe disse o nome de seu filho, e perguntou se haveria prova para a classe dele, o que confirmei de imediato.Ela disse, então, que que me fazia um pedido especial: permitir que seu filho fizesse a prova em outra data, pois ele não poderia comparecer à escola hoje. - Perguntei o motivo dessa falta, a aflição dessa mãe se transformou em lágrimas e, em meio a essas lágrimas,  disse que o filho não poderia comparecer à escola, mesmo sabendo que perderia uma prova importante, pois naquele momento ele estava chorando abraçado ao cão da família, esperando a chegada do veterinário, que foi chamado para sacrifica-lo, já que esse estava muito doente.

Vi sinceridade e humildade nas lágrimas dessa mãe, e confesso que nesses trinta anos de carreira como professor, recebi diversos pedidos com as mais variadas justificativas para aplicar prova em outra data, mas nenhum pelo motivo que me foi trazido hoje.Em geral, são aceitas apenas justificativas de ordem médica, acidental, de perda familiar e viagem necessária e inadiável.Eu teria que dar uma resposta a essa mãe, sem me despir da minha condição de professor, mas também sem me despir da condição de ser humano, a qual também integra a minha condição de professor.Ora, passei os últimos trinta anos ensinando e tentando formar em meus alunos a consciência da cidadania, do respeito aos inalienáveis direitos humanos de cada pessoa, do respeito à natureza, a busca da não violência, enfim daquilo que faz um povo ser feliz e se orgulhar de seu país. E, por várias vezes, para atingir tais objetivos, citei a esses alunos exemplos de cidadania que incluíam o respeito, proteção e carinho para com os animais, como sinônimo de país democrático e soberano. Então, eu disse a aquela aflita mãe que seu filho poderia fazer a avaliação em outra data, pois naquele momento a melhor e mais difícil prova da vida dele era continuar abraçado ao seu amado cãozinho que estava de partida, pois eu faria o mesmo pelos meus.O dia se tornou um pouco triste, mas também fez renovar a esperança.Afinal, aquele é meu aluno, aquele é um dos nossos.E somos milhões.Este fato foi postado no Facebook, pelo Professor Carlos Rezende Linho, assim formamos seres humanos, sem alteração dos verdadeiros valores.Parabéns com meu abraço GRANDE MESTRE, quem está no comando decide, regra número 13 do exercito dos USA. Decide por aquilo que determina o afeto que há em vc.(essa é minha regra).

 



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