Postado em 22/05/2025 às 16h31
Durante décadas, o planejamento urbano brasileiro foi dominado pela lógica rodoviarista: construir avenidas, viadutos e ruas largas para garantir o fluxo dos carros. Nesse modelo, quem anda a pé virou quase um intruso — invisível, sem espaço, sem prioridade. Andar a pé virou aventura: calçadas esburacadas ou inexistentes, travessias arriscadas, sombra rara sob o sol forte, o ar pesado de fumaça. E assim, com cada vez mais espaço para os carros e cada vez mais carros nas ruas e com cidades que induzem grandes deslocamentos para atividades cotidianas, o corpo humano, que deveria ser a medida da cidade, foi empurrado para as margens. A mobilidade ativa — que inclui quem caminha, pedala ou usa modos não motorizados de transporte — é reconhecida nos estudos de urbanismo como essencial para cidades mais justas, saudáveis e sustentáveis. Um estudo de Martin Turcotte constatou que 19% dos canadenses que pedalavam para o trabalho encaravam essa atividade como a melhor de todo o dia, enquanto somente 2% dos motoristas colocavam o ato de dirigir no patamar mais alto da satisfação. Caminhar e pedalar é fundamental para saúde e bem estar das pessoas e também para as cidades, mas, na prática, estas atividades continuam negligenciadas. Enquanto a cidade corre, quem caminha resiste. Há de se insistir no passo lento, no olhar atento, no encontro casual que só acontece quando se está a pé. Valorizar a mobilidade ativa é desenhar cidades onde o caminhar seja direito e acesso — onde cada passo encontre sombra, segurança e respeito.
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