Em certo momento da minha vida ouvi de uma educadora mineira uma frase que nunca me saiu da cabeça, ela dizia: “para nos desenvolvermos é preciso manter um pé no território e colocar o outro pé no mundo”. Me encanta a possibilidade de pensar que território é origem e que nos forjam experiências formativas enquanto sujeitos.

Colocar o outro pé no mundo significa não estar ensimesmado, aprender com os outros, com os modelos, com as experiências alheias e não copiá-las, mas fundi-las com o conhecimento que o pé do território nos dá. Passar por uma transição climática é urgente e se trata de uma questão muito complexa, para isso as soluções também serão complexas, não há bala de prata ou verdade absoluta.

Então, pensar por onde estão nossos pés pode nos ajudar com caminhos eficientes nesta jornada. Desde soluções pensadas e executadas pelos povos originários de nosso país, pessoas que entendem os ciclos da natureza e vivem em sinergia com ela, passando por soluções individuais e coletivas que tragam a essência dos territórios como práticas de economia circular, de naturalização dos espaços, ou seja, o território como um laboratório de soluções.

Por outro lado, colocar um dos pés no mundo e investigar o que outros países estão realizando, no que tange à políticas públicas, governança, assessoramento técnico e neutralização de carbono é essencial para que possamos avançar enquanto planeta na restauração da sustentabilidade da vida. E os seus pés, por onde estão?

Dayana Araujo - Arquiteta e Urbanista, mestre em Urbanismo e diretora do Instituto Airumã

[email protected] @institutoairuma e @ddyaraujo.