A ampliação dos modos de vida urbano nos últimos anos fez o Brasil assumir o 26° lugar na lista dos países mais urbanizados do mundo, atualmente temos 87% da população vivendo em cidades. As oportunidades e os desejos individuais e coletivos giram em torno de uma ocupação essencialmente urbana em um país com 5.565 municípios.Acesso ao trabalho, tecnologia, infraestrutura, instituições e também acesso à cultura e a uma vida coletiva são atrativos para o aumento das cidades, mas a vida urbana e sua produção excessiva de poluição, resíduos e impermeabilização do solo impactam a natureza e tem, nos colocado como seres separados à ela.

A dicotomia entre cidades e natureza, entre nós e a natureza tem nos causado graves problemas relacionados à saúde física e mental. Uma pesquisa analisou a rotina de mais de 12 mil crianças nos EUA, Brasil, Reino Unido, Turquia, Portugal, África do Sul, Vietnã, China, Indonésia e Índia. 56% das crianças brincam ao ar livre durante apenas 1 hora ou menos por dia. O período ao ar livre (banho de sol) de presidiários costuma durar duas horas por dia. Tiramos de nós adultos a relação com a natureza e tiramos também os benefícios do ar livre para as crianças.

Para que adultos e crianças possam acessar a natureza por mais de uma hora por dia para um plena saúde física, mental, emocional e social como recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria é necessário que as cidades estejam preparadas para isso. Na próxima coluna trarei um conceito que visa aproximar cidades, natureza e crianças, os Parques Naturalizados porque é urgente nos conectarmos com a natureza e viver uma vida mais ao ar livre!