Postado em 30/04/2025 às 12h22
Há dias em que o canteiro de obras parece mais um laboratório de improvisos do que um espaço técnico.
Recentemente, em visita a uma obra, foi possível constatar uma perfuratriz sendo mantida viva por uma bateria emprestada do carro do ajudante.
O acelerador? Estava amarrado com arame — sim, daquele comum, enrolado com esperança. E ali, em meio à lama que subia pelas botas e ao barulho do compressor que insistia em não funcionar, me veio uma reflexão recorrente: o que separa o projeto da realidade?
No escritório, tudo é linha, escala, precisão. Os detalhes das estacas, a sequência do cronograma, a curva de produtividade.
No papel, tudo se encaixa. Mas basta o primeiro giro do motor da perfuratriz, ou do compressor, ou da bomba de concreto, para a vida real se apresentar com seus próprios parâmetros — nem sempre compatíveis com os da planilha. A obra é um organismo vivo.
E como todo organismo, ela reage: à falta de manutenção, ao improviso, à ausência de acompanhamento técnico, à falta de critério na escolha do melhor prestador de serviço.
Às vezes, a solução aparece no bolso do mestre de obras, na forma de um pedaço de arame ou de fita isolante.
Outras vezes, a solução não aparece. E os problemas, esses sim, chegam logo — disfarçados de trinca, recalque ou orçamento e cronograma estourados.
Não é uma crítica vã. É uma constatação de quem já viu esse filme mais de uma vez.
Talvez nunca cheguemos à obra perfeita. Mas podemos, sim, reduzir o improviso e aplicar o planejamento realista, que considera a chuva, a pressa, o fornecedor que atrasa e que evita aquele fornecedor “mais barato”, que está sempre dando a velha solução... de amarrar com arame.
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