Enquanto o mundo da construção avança a passos largos, por que a engenharia brasileira ainda parece andar em câmera lenta? Em abril, a FEICON, maior vitrine nacional de tendências e tecnologias da construção civil, nos convida a refletir sobre essa questão. É o momento de ver, ao vivo, o que há de mais recente em materiais, ferramentas e processos construtivos.

Sabendo como as coisas se dão nos Estados Unidos – sempre na vanguarda da tecnologia e da praticidade – fica impossível não fazer comparações. Lá, soluções simples e eficientes — de parafusadeiras com torque controlado a sistemas de escoramento reaproveitáveis — estão nas prateleiras há décadas. Por aqui, muitas dessas tecnologias ainda são “novidade (e caras)”. Impressoras 3D para construção e drones para inspeção de obras, por exemplo, já são realidade em muitos canteiros americanos, enquanto no Brasil ainda são vistos como ficção científica.

A resistência à mudança é um traço cultural que freia nossa produtividade. Ainda tratamos a inovação como "custo" em vez de enxergá-la como investimento. Mas a evolução chegou: concretos mais resistentes, equipamentos leves e inteligentes, processos ágeis, seguros e sustentáveis. Essas inovações não apenas reduzem custos a longo prazo, mas também melhoram significativamente a segurança dos trabalhadores e a qualidade final das construções.

Obstáculos como altos custos iniciais, falta de mão de obra qualificada e regulamentações desatualizadas ainda dificultam a adoção dessas tecnologias. Mais do que seguir tendências, trata-se de abraçar práticas que tornam a engenharia mais eficiente, acessível e duradoura.