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Rubens Matuck revê trajetória de sua produção artística em livro das Edições Sesc São Paulo

O livro Rubens Matuck: tudo é semente, de Rosely Nakagawa, traz farta documentação fotográfica do artista plástico, gravador, pintor, escultor, desenhista, designer gráfico e professor

 Publicado em  15/02/2018 às 13h51  Brasil  Cultura e lazer


As Edições Sesc São Paulo lançam o livro Rubens Matuck: tudo é semente, da arquiteta e curadora Rosely Nakagawa. A obra de 392 páginas refaz a trajetória do múltiplo artista paulistano Rubens Matuck, com fotos de sua vida e obra, além de textos de artistas, músicos, jornalistas, críticos de arte e curadores que mostram sua intimidade e sua formação como artista. A programação de lançamento do livro acontecerá nos dias 3 de março, na Padaria Rodésia, na Vila Madalena, 25 de abril, no Sesc Pompeia e 1 de maio, no Sesc Interlagos.

Com farta documentação fotográfica e variado aparato textual para a compreensão do processo de criação e experimentação do artista plástico, o livro apresenta a história e a totalidade da produção desse artista inquieto e em constante transformação. Alimentado por um questionamento conceitual e formal e pela inspiração e observação da natureza, Matuck tem um legado artístico amplo, permeado por desenhos, pinturas, esculturas e ilustrações cujos eixos temáticos são a natureza, a fauna, a flora e a organicidade do homem e seu entorno.

“Este livro foi pensado para proporcionar a sensação de quem entra no espaço de trabalho do artista, pronto a descortinar seu universo criativo”.

Danilo Santos de Miranda

O livro está dividido em três partes. A “Parte Um” trata dos amigos do artista desde a infância à amizade com Aldemir Martins, um marco na sua adolescência, quando passou a visitar seu ateliê semanalmente e imergir em sua rica biblioteca particular, além de mostrar seus primeiros desenhos e ter o retorno e a contribuição do grande artista para seu aperfeiçoamento. Além disso, lá Rubens também convivia com outros artistas e escritores do porte de Jorge Amado.

A “Parte Dois” começa contando, sob o olhar da esposa Rosely Nakagawa, como o artista se desvelou nos anos 1980 após o nascimento de sua primeira filha, Alice. Seu ateliê mudou de endereço, deslocando-se para a Rua Rodésia, na Vila Madalena, local que exerce grande influência sobre ele. O nascimento da primeira filha inspirou Rubens a trabalhar ininterruptamente. Nesse momento, teve início seu interesse pela literatura infantojuvenil, tendo produzido a série de livros O beija-flor-de-topete, Lobo-guará, A baleia corcunda A ararajuba com sua filha no colo, ouvindo as histórias e escolhendo as cores da aquarela.

Já na “Parte Três”, Nakagawa conta como o processo de gestação da segunda filha, Beatriz, (responsável pelo design gráfico do livro) influenciou o artista. Durante os nove meses de gestação, Rubens acompanhou o desenvolvimento de flores e frutos de árvores plantadas por ele nos anos 1980 na praça da Rua Girassol, na Vila Madalena, próxima ao seu ateliê. Essa relação íntima com o plantar influenciou enormemente seu trabalho escultórico e gerou criações diretamente ligadas a ele, como uma obra de sete metros, esculpida em madeira e estruturada baseada numa semente.

Relação com a arte, o mercado e as árvores e homenagens

São diversos os textos de colegas, pesquisadores, curadores e professores que tratam da obra e da figura de Rubens Matuck. Norval Baitello Junior, professor de comunicação e semiótica da PUC-SP, assina três textos no livro. O primeiro deles é “Poesia Dadá: Rubens Matuck ao pé da letra”, que fala da importância das letras para o artista. “A obra de Rubens Matuck toma a letra ao pé da letra. Recriando em vivas cores os poemas dadaístas de sete décadas atrás, nos convida a enxergar de novo a importância da letra, nos conduz a resgatar o infantil dadaísta que brincava com as letras”, afirma o professor em texto publicado no jornal Teuto, em 1995. O segundo é “Os saberes no plural e a singular sabedoria de Rubens Matuck”escrito na ocasião da mostra Tudo é semente, no Sesc Interlagos, em 2015. O terceiro tem como título “A arte científica e a ciência artística – O Museu de Arte Interplanetária”.

A relação de Rubens com o mercado de arte é detalhada no texto “De costas para o mercado”, de Rui Moreira Leite, arquiteto e pesquisador de arte. Ele afirma: “Alheios aos interesses do mercado de arte no Brasil – que valoriza a pintura em detrimento tanto do desenho quanto da gravura -, alguns artistas seguem trabalhando com o papel como suporte. Uma produção que não é conhecida do que frequenta museus e galerias, mas que tem seu público seleto, avesso aos modismos e negócios de ocasião”.

 

A publicação também inclui a crônica “Explicação do mundo” da escritora, poeta e atriz cearense Ana Miranda, publicada no livro Deus-dará, em 2003; e “Todos entoam”, um trecho de livro homônimo do músico, compositor e pesquisador Luiz Tatit. Entre os outros autores, estão o crítico de arte Jacob Klintowitz, os jornalistas André de Oliveira, Gilberto Dimenstein, Marcos Grinspum Ferraz, Oscar D´Ambrosio, além de uma entrevista concedida por Rubens ao músico, escritor e jornalista Edson Natale intitulada “O buriti”.

Do artista Aldemir Martins, há uma poesia feita para um catálogo de exposição de Matuck em 1987, na Galeria São Paulo, em que revela: “De corpo inteiro aí está/ Rubens Matuck que/ conhece e capta a/ leveza dos traços e a/ crueza dos sonhos, / o mapa da amizade e/ leva para o papel/ as dúvidas e certezas/ das artes”.

Exposição Tudo é semente

Entre abril e outubro de 2015, o Sesc Interlagos apresentou a exposição Tudo é semente, com um panorama da produção de Rubens dos últimos 40 anos. Matuck tem a semente como atitude e base conceitual de sua produção, como uma metáfora para a criação e a disseminação artística. Durante o período expositivo, houve bate-papos, oficinas e vivências demonstrando o processo de trabalho do artista.

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