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Pesquisa do IBGE aponta que 15 mil estudantes do Ensino Fundamental já fumaram crack

Cerca de 100 mil adolescentes foram entrevistados

 Publicado em  19/06/2013 às 14h54  Brasil  Saúde


Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2012, entrevistou mais de cem mil adolescentes em 2.842 escolas de todo o país. A pesquisa com estudantes do último ano do Ensino Fundamental, revela que cerca de 15 mil já consumiram crack. Segundo estudo do IBGE, o uso de drogas ilícitas cresceu 1,2% em três anos. Em contrapartida, caiu percentual de alunos que experimentam cigarros. Esses percentuais estão em patamares similares aos encontrados por pesquisas semelhantes à PeNSE, realizadas pela OMS em outros países.

Cerca de 15 mil estudantes do nono ano do Ensino Fundamental de escolas públicas e privadas brasileiras fumaram crack pelo menos uma vez em 2012. Os jovens têm entre 13 e 15 anos. O número de alunos que consomem drogas cresceu 1,2% em três anos. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE, mostra que 7,3% dos mais de três milhões de estudantes do nono ano já usaram algum tipo de entorpecente. Na Europa, uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde mostrou que 17% dos adolescentes com 15 anos já fumaram maconha. Nos Estados Unidos, este número sobe para quase 30%.

A psiquiatra e especialista em dependência química da ABEAD (Associação Brasileira do Estudo do Álcool e outras Drogas), Ana Cecília Marques, afirma que os números são alarmantes. “A mistura álcool e cocaína produz uma substância ainda mais tóxica que pode lesar o tecido nervoso. A maconha, parte do coquetel, dificulta ainda mais o processo de desintoxicação e recuperação. As três subiram no ranking, sinal de que estamos perdendo a guerra. Ressalto que o impacto no cérebro do adolescente, é imprevisível e pode gerar inúmeros problemas, bem mais graves que em um adulto”, alerta a psiquiatra.

Enquanto o uso de drogas ilícitas entre alunos do nono ano do Ensino Fundamental cresceu, o consumo de tabaco apresentou queda. Os dados do IBGE revelam que o número de alunos que fumaram pelo menos uma vez nas capitais caiu de 24%, em 2009, para 22%, em 2012. O consumo de álcool se manteve estável, mas também é preocupante. 71% dos adolescentes já experimentaram bebidas alcóolicas e 21% já ficaram embriagados. A pesquisa do IBGE mostrou ainda que a forma mais comum de obter bebidas alcoólicas é em festas e as meninas bebem mais do que os meninos. Por outro lado, eles compram mais bebidas nos supermercados. Como a média de idade dos adolescentes é de 14 anos, a venda de bebidas alcóolicas para os estudantes é proibida por Lei. Outro comportamento que contraria a legislação é o hábito de dirigir. Mais de 800 mil alunos, 27% do total, admitiram ter dirigido carros nos 30 dias anteriores à pesquisa.

Uso de drogas ilícitas alguma vez na vida

A PeNSE 2012 investigou o uso de drogas ilícitas tais como: maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume e ecstasy, os dados evidenciam que 7,3% dos escolares já usaram drogas ilícitas. Considerando as grandes regiões do país, o maior foi observado no Centro-Oeste, 9,3%. Analisando os resultados por capitais, o maior percentual foi encontrado na capital Florianópolis (17,5%), Curitiba (14,4%) e os menores em Palmas e Macapá (5,7% em ambas).

Considerando os escolares que usaram drogas antes dos 13 anos de idade, o percentual para o conjunto do País foi de 2,6%, variando de 1,2%, no Nordeste, a 4,4%, no Sul.

Uso de maconha e crack

Entre os 7,3% de escolares que usaram drogas ilícitas alguma vez na vida, o consumo atual (nos últimos 30 dias) de maconha foi de 34,5%. Em relação ao total dos escolares, este percentual foi de 2,5%. Os estudantes residentes no Sul apresentaram maior consumo atual de maconha (3,6%). O menor percentual foi observado no Nordeste, 0,9%. Considerando as capitais, Florianópolis foi a que apresentou maior proporção do consumo atual de maconha (10,1%).

Entre os 7,3% de escolares que usaram drogas ilícitas alguma vez na vida, 6,4% usaram crack, alguma vez nos últimos 30 dias, ou 0,5% do conjunto de escolares do 9º ano.

Alguns temas da PeNSE também são investigados em outros países. Segundo a Pesquisa de Comportamento de Saúde em Crianças em Idade Escolar (HBSC), 17% dos adolescentes com 15 anos de idade na Europa e América do Norte relataram uso de maconha pelo menos uma vez em suas vidas e 8% pelo menos uma vez nos últimos trinta dias anteriores à pesquisa (consumo recente). Nos Estados Unidos, 30% dos meninos e 26% das meninas fumaram maconha pelo menos uma vez na vida e 16% meninos e 12% das meninas fumaram maconha nos trinta dias que antecederam à pesquisa.

Experimentação de bebidas alcoólicas

A PeNSE 2012 inseriu uma nova questão para medir a experimentação de uma dose de bebida (correspondendo a uma lata de cerveja ou uma taça de vinho ou uma dose de cachaça ou uísque): Alguma vez na vida você tomou uma dose de bebida alcoólica? Assim, o questionário ganhou comparabilidade internacional e o indicador tornou-se mais específico. Responderam que sim 50,3% dos escolares, variando de 56,8% no Sul a 47,3% no Nordeste. A proporção das meninas (51,7%) foi maior que a dos meninos (48,7%).

Consumo atual de bebidas alcoólicas

O consumo atual de bebida alcoólica entre os escolares (consumo nos últimos trinta dias), foi de 26,1% no Brasil e não apresenta diferenças significativas entre os sexos masculino (25,2%) e feminino (26,9%). As capitais com os maiores percentuais de escolares que consumiram bebidas alcoólicas nos últimos 30 dias foram Porto Alegre (34,6%) e Florianópolis (34,1%) e os menores percentuais foram encontrados em Belém (17,3%) e Fortaleza (17,4%).

Entre os escolares que consumiram bebida alcoólica nos últimos 30 dias, a forma mais comum de obter a bebida foi em festas (39,7%), com amigos (21,8%), ou comprando no mercado, loja, bar ou supermercado (15,6%). Outros 10,2% dos escolares consumiram bebida alcoólica nos últimos 30 dias na própria casa.

Episódio de embriaguez

Cabe ainda ressaltar que 21,8% dos escolares já sofreram algum episódio de embriaguez na vida. Os da região Sul apresentaram o maior percentual (27,4%) e os do Nordeste o menor (17,3%). A proporção de estudantes com episódio de embriaguez foi maior nas escolas públicas (22,5%) do que as escolas privadas (18,6%).

Com relação ao álcool, 10% dos estudantes relataram ter tido problemas com suas famílias ou amigos, ou faltarem às aulas ou se envolveram em brigas, porque tinham bebido. O percentual de jovens que declararam esses problemas foi maior entre as meninas (10,4%) do que entre os meninos (9,5%).

Cigarro e outros produtos do tabaco

Os dados da PeNSE para as capitais brasileiras, mostraram que o número de escolares que experimentaram cigarro alguma vez na vida, reduziu de 24,2% para 22,3%, entre 2009 e 2012. No entanto, 5,1% dos escolares haviam fumado cigarro nos últimos trinta dias. As cidades com maiores proporções de escolares fumantes no período foram Campo Grande com 12,4% e Florianópolis com 9,7%.

Comparando os dados de 2009 e 2012, o percentual de escolares que fizeram uso de cigarros nos últimos 30 dias manteve-se estável, em torno de 6%. Segundo a PeNSE 2012, 29,8% dos escolares brasileiros que frequentavam o 9º ano, informaram que pelo menos um dos responsáveis era fumante. 89,3% dos escolares estudam em escolas que informaram possuir política sobre proibição do uso do tabaco.

 

Fontes: Assessora de Imprensa da ABEAD e Assessoria de Imprensa IBGE

 

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