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Mulheres tem duas vezes mais chance de desenvolver quelóide do que homens

Cesária e abdominoplastia são as cirurgias que mais formam cicatrizes hipertróficas

 Publicado em  28/07/2014 às 10h24  Brasil  Saúde


Depois de uma cirurgia ou de um corte profundo, o processo de cicatrização pode ser afetado pelo aparecimento de um quelóide. A cesárea e a abdominoplastia são os processos cirúrgicos que mais formam essas cicatrizes, pois são executadas majoritariamente por mulheres, grupo mais afetado pelo problema.

Embora não represente riscos à saúde, as cicatrizes hipertróficas são esteticamente incômodas para a maioria e, em casos graves, podem causar limitação da mobilidade nas áreas afetadas. A dermatologista Valéria Campos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e pós-graduada em Dermatologia e Laser pela Harvard Medical School, reconhece um quelóide quando vê "um inchaço endurecido, róseo, com coceira e às vezes doloroso".

Ele é caracterizado pela hiperprodução de colágeno e a hiperproliferação de fibroblastos na derme, gerando crescimento excessivo dos tecidos de cicatrização. Em condições normais, o fibroblasto secreta uma enzima que destrói o colágeno, chamada colagenese. Ela é responsável por manter o balanço entre composição e degradação do tecido, regulando o tamanho da cicatriz.

"O período crítico do processo de cicatrização geralmente ocorre na 3ª ou 4ª semana após a lesão. Nesse momento, a produção do colágeno pode se tornar maior que a degradação, gerando assim o queloide ou cicatriz hipertrófica", explica a especialista.

O aparecimento do quelóide não ocorre somente após alguma cirurgia. Lesões sem causa aparente podem ser provocadas por doenças, como catapora e acne, ou mesmo por queimaduras, injeções, picadas de insetos, tatuagens, piercings e furos na orelha. "Não existem locais específicos onde ele surge, mas são mais comuns nos braços, ombros, orelhas e rosto", informa a médica.

Apesar de ocorrer com mais frequência em negras e asiáticas de 10 a 30 anos, não significa que as caucasianas estão livres da cicatriz hipertrófica, principalmente por se tratar de um problema hereditário. "É fundamental que o paciente, quando for submetido a algum procedimento cirúrgico, informe ao médico se existe história familiar ou pessoal", recomenda.

Para quem já sabe ter antecedentes, é possível realizar alguns tratamentos preventivos logo após uma cirurgia ou lesão, como a utilização de faixas de compressão, lâminas de silicone e radioterapia no local. Em caso de quelóides já existentes, é possível minimizá-las com corticóides (hormônios) injetáveis, terapia a laser ou remédios, como o interferon-alfa, 5-fluoruracil, bleomicina e Imiquimod. "Desde que prescritos por um médico especialista", avisa a dermatologista. Ela também recomenda crio cirurgia para cicatrizes pequenas, mas não uma cirurgia tradicional. "É muito alto o índice de reaparecimento", explica.

Sobre a dermatologista

Formada pela Faculdade de Medicina da UNESP Botucatu, Valéria Campos foi médica estagiária do departamento de dermatologia da Boston University e Research Fellow em dermatologia e laser pela Harvard Medical School. Concluiu mestrado na Faculdade de Medicina da USP e atualmente é professora convidada responsável pelo ambulatório de laser da Faculdade de Medicina de Jundiaí (SP). Mais informações em www.valeriacampos.com

 

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