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Google premia pesquisas da Unicamp em Inteligência Artificial

Estudos de alunos da Universidade Estadual de Campinas desenvolvem modelos para identificação automática de doenças

 Publicado em  17/09/2017 às 22h43  Estado SP  Educação


Pelo segundo ano consecutivo, dois grupos de pesquisa da Universidade Estadual de Campinas foram premiados pelo Google Research Awards for Latin America. Os estudos, desenvolvidos no campo da Inteligência Artificial, no Instituto de Computação e na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, propõem modelos de triagem automática para detectar a retinopatia diabética e o melanoma.

O programa do Google para a América Latina oferece bolsas de pesquisa de um ano para docentes e estudantes de mestrado e doutorado em áreas específicas da Ciência da Computação. Na edição deste ano, foram US$ 600 mil distribuídos entre as 27 iniciativas selecionadas. Cada aluno de mestrado pode concorrer por dois anos seguidos. O estudante de doutorado pode participar na sequência de até três anos.

O cientista Eduardo Valle, responsável pelo projeto do melanoma (tipo de câncer de pele com origem nas células produtoras de melanina, denominadas melanócitos), destaca o foco das análises. “São doenças de diagnóstico por imagem, que é nossa expertise, e cuja identificação precoce é muito importante”, explica. De acordo com o pesquisador, o objetivo é desenvolver ferramentas para auxiliar os profissionais da saúde primária, médicos generalistas e enfermeiros a triar os pacientes e otimizar o tempo de resposta.

A partir de imagens, o grupo treina o computador a identificar cada uma das doenças. “Mostramos vários casos e o programa cria um modelo do que é a enfermidade. A partir disso, a máquina começa a fazer prognósticos e apresenta a probabilidade de a imagem indicar ou não a moléstia. Com a informação, o profissional da saúde pode começar a tomar decisões de como encaminhar os pacientes”, acrescenta Eduardo Valle.

Fases
Os dois projetos trilham caminhos semelhantes, porém estão em fases diferentes. O estudo “Triagem Automática Data-Driven da Retinopatia Diabética”, coordenado pelo professor Anderson Rocha, do Instituto de Computação, apresenta estágio mais avançado e motivou o modelo de “Identificação automatizada confiável de melanoma para o mundo real”.

Segundo o cientista, a taxa de acerto do processo que identifica a retinopatia – lesão causada por danos no tecido da parte traseira do olho, a retina – é da ordem de 98%, enquanto o do melanoma está em 87,1%, em laboratório de computação. “Na área de retinopatia, já temos tradição de pesquisa. No melanoma, somos ainda um grupo embrionário, mas tivemos um grande resultado, no início do ano, ficando em primeiro lugar em uma competição internacional de detecção automática de melanoma”, ressalta Anderson Rocha.

O projeto da retinopatia aguarda parecer do Comitê de Ética e articula parceria com a equipe de oftalmologia do Hospital das Clínicas da Unicamp para sair do laboratório de pesquisa e ser confrontado com situações clínicas reais. A simulação verificará se as respostas do sistema coincidem com as dos especialistas humanos.

Confiança
O grande desafio agora, para o pesquisador Eduardo Valle, é conquistar a confiança dos médicos no uso da tecnologia. “Esse trabalho também é parte da nossa pesquisa. Não é só a questão de desenvolver a inteligência artificial, porém também de conseguir colocar a tecnologia dentro da unidade de saúde. Além de melhorar os sistemas para conquistar a confiança, precisamos elaborar interfaces que falem a língua dos médicos”, comenta.

Os alunos da Unicamp premiados pelo Google em 2017 foram Michel Fornaciali e Ramon Pires, ambos do doutorado. Também participaram da pesquisa os professores Jacques Wainer, Siome Goldenstein e Sandra Avila (Unicamp), Flávia Vasques Bittencourt (UFMG), Herbert Jelinek (Charles Sturt/Australia) e Lin Tzy Li (Samsung), além dos estudantes de mestrado Afonso Menegola e Júlia Tavares, também da Unicamp.

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