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Estudo mostra inviabilidade de poços tubulares na cidade

Levantamento apresentado analisou dez poços em Indaiatuba

 Publicado em  24/10/2014 às 11h09  Indaiatuba  Cidades


Foram analisados em dez poços na cidade

Foram analisados em dez poços na cidade
Foto: Rose Parra – ACS/CMI

Um estudo realizado pela Consultoria e Serviços Geológicos Ltda (Planegeo) a pedido do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Indaiatuba, no mês de julho deste ano, mostrou que Indaiatuba não apresenta viabilidade técnica para implantação de poço tubular profundo com atividade de abastecimento público.
 
De acordo com o levantamento, foram analisados 10 poços na cidade, porém apenas um deles, localizado no aquífero Tubarão, capta mais de 6 mil m³/h. Segundo Planegeo, “dos dez poços tubulares profundos analisados na região, apenas um apresentou poço profundo sobre o aquífero sedimentar Tubarão, com profundidade de 165,0m e vazão nominal de 6,0m³/h, exatamente na região do munícipio de Salto. Os outros nove poços localizados sobre o aquífero faturado Cristalino apresentou profundidade média de 196,4m e vazão média de 5,57m³/h”.
 
O estudo foi divulgado pelo presidente da Câmara, o vereador Luiz Alberto Pereira, o Cebolinha (PMDB), durante sessão de Câmara realizada na última segunda-feira, dia 20. Segundo Cebolinha, os poços seriam uma forma de solucionar o problema de água na cidade. “Com o estudo inviabiliza qualquer projeto de captação através de poços artesianos. O Munícipio necessita de 2,6 milhões de litros de água por hora e o único poço que mais captou água teve uma vazão de seis mil litros de água por hora”, relata Cebolinha. “Ao contrário do que muita gente pensa, nosso município não é servido pelo Aquífero Guarani, o maior do mundo, e mesmo em localidades em que ele está presente, muitas vezes não há vazão que permita a captação de água e, assim sendo, os municípios estão sofrendo com o longo período de estiagem da mesma maneira que os demais”, explica. 
 
De acordo com o Departamento de Comunicação do Saae, existem poços tubulares profundos nos bairros Jardim Carlos Aldrovandi e Jardim Brasil. São captados 3,75 litros por segundo e 2,22 l/s, respectivamente. Ainda de acordo com o Departamento, a Estação de Tratamento de Água (ETA 1) trata 400 mil litros de água por segundo, o que não atende as necessidades diárias da população.
 
Solução
Em entrevista ao Mais Expressão, o consultor de meio ambiente, Alessandro Azzoni, ressalta que os poços artesianos são uma das alternativas para enfrentar a crise hídrica. O Estado de São Paulo tem 70% do seu território sobre aquíferos subterrâneos, que são formações rochosas capazes de absorver água servida como grande reservatório de água. “Alguns são mais profundos e outros mais superficiais, mas mesmo assim o cuidado no desperdício é necessário, pois mesmo com grande capacidade de armazenamento de água, se houver muitas perfurações e o uso descontrolado o fim será o mesmo”, ressalta Azzoni.
 
Mas, segundo o consultor, o procedimento de perfuração de poço artesiano precisa de autorização previa junto ao Governo do Estado, pois é responsável pela água subterrânea, através do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daae), que dará outorga para a utilização da água. “O procedimento é extenso e demora em média 6 meses. É necessário a apresentação de um projeto devidamente assinado por engenheiro, além dos formulários do Daae. Estudo hidrogeológicos e a verificação da qualidade de água são alguns dos procedimentos imprescindíveis”, explica. 
 
Ainda de acordo com Azzoni, para o procedimento de perfuração de poço é necessário consultar um especialista, pois a perfuração irregular pode caracterizar crime ambiental com consequências penais, civis e administrativas. “Além de causar danos ao aquífero local, a área pode estar contaminada e poderá trazer consequências desastrosas a população”, alerta.  
 

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    Foto: Rose Parra – ACS/CMI

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