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De olho na era pós-silício, Mackenzie aposta no grafeno

Universidade firma parceria internacional e planeja centro de pesquisas avançadas em nanomateriais

 Publicado em  12/03/2012 às 15h40  Brasil  Variedades


 

A comunidade científica sinaliza que o grafeno é o candidato natural a substituir o silício como matéria-prima onipresente na vida tecnológica. Quando isso ocorrer, a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) estará em posição de destaque entre os institutos de pesquisa no Brasil. É o que afirma o professor Eunezio Antonio de Souza (Prof. Thoroh), que com o professor Christiano de Matos lidera o Grupo de Fotônica da UPM e conduz os esforços da instituição rumo ao alto nível nos estudos de grafeno e nanomateriais. Nesse sentido, um acordo internacional e um projeto para construção de centro de pesquisas avançadas dentro do Mackenzie já estão em curso.

Em janeiro passado, Thoroh e o reitor do Mackenzie, Benedito Guimarães Aguiar Neto, estiveram em Cingapura e firmaram termo de colaboração com um dos mais avançados grupos de pesquisa em grafeno no mundo: o Graphene Center, da National University of Singapore (NUS), dirigido pelo renomado físico brasileiro Antonio Helio Castro Neto. O acordo prevê o desenvolvimento de pesquisas em conjunto e o intercâmbio entre pesquisadores das instituições. Os representantes do Mackenzie já tinham em mente o protagonismo do país asiático no setor e a importância de a universidade avançar na área, mas a visita rendeu muito mais.

 

“Nossa ideia até então era criar um laboratório de 100 m² para a pesquisa de grafeno. Porém, o reitor me disse que não faríamos apenas um laboratório, mas iríamos construir um centro de pesquisa multidisciplinar, com uma área construída dezenas de vezes maior. Fiquei surpreso e feliz com a sensibilidade do Dr. Benedito, muito oportuna para o momento atual do Mackenzie”, revela o professor Thoroh, se referindo à Visão 150, projeto do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie que elaborou metas para a universidade até 2020, quando se comemoram os 150 anos da instituição.

O professor se dedica aos projetos de captação de recursos para construção do Centro Mackenzie de Pesquisas Avançadas em Grafeno e Nanomateriais (MackGraf), em fase de envio às agências de fomento científico. Paralelamente, a parceria com a NUS já vigora, com visitas cruzadas entre pesquisadores e treinamento de brasileiros em Cingapura, que deve receber em breve um aluno de doutorado da UPM como intercambista. Quando o MackGraf passar a operar, a meta do Mackenzie é ampliar gradativamente as pesquisas próprias na área, alterando a natureza da colaboração com a NUS e atingindo o mesmo patamar de qualidade nas pesquisas realizadas aqui em um intervalo de cinco anos.

Mãe do grafite

O grafeno é uma monocamada bidimensional de cristal, tal qual uma folha em escala microscópica, que sobrepostas geram o grafite e, enroladas, formam nanotubos. Foi descoberto em 2004 pelos russos Andre Geim e Konstantin Novoselov, da Universidade de Manchester (Inglaterra), reconhecidos com o Prêmio Nobel de Física de 2010 graças ao estudo desse material de múltiplas propriedades físicas.

“O grafeno é a mãe de todas as formas de grafite. Os ganhadores do Nobel transformaram uma folha dele em nanochip, o que representou uma revolução tecnológica”, explica Thoroh. Além de excelente condutor elétrico e térmico, o grafeno é altamente estável, ao contrário do silício (material dos atuais transístores), que se oxida, degrada e se torna instável quando reduzido em suas dimensões.

Segundo o docente da UPM, há muitos grupos de pesquisa sobre nanotubos no País, inclusive o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanomateriais de Carbono. Porém, poucos trabalham com grafeno e o MackGraf deve ser o primeiro centro de grande porte no segmento. A iniciativa se alinha ao trabalho do Grupo de Fotônica, vinculado à Escola de Engenharia, e também se abre a doações para se tornar realidade. “Acreditamos que há muitos mackenzistas que poderiam contribuir, em um gesto de gratidão e seguindo o espírito americano, para nos ajudar nessa grande construção”, declara o professor Thoroh de Souza. 

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