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Conheça a história de Pérola: Diagnosticada com AVB e transplantada aos 10 meses de idade

Mãe destaca a importância da doação de órgãos e como o amor e a empatia salvou a vida da filha

 Publicado em  09/05/2024 às 15h01  Indaiatuba  Cidades


Denise e a filha transplantada Pérola, que atualmente tem 4 anos de idade

Denise e a filha transplantada Pérola, que atualmente tem 4 anos de idade
Foto: Divulgação

Rayane Lins

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Diagnosticada com Atresia de Vias Biliares com 26 dias de vida, Pérola Soares passou por grandes e diversas batalhas ainda bem pequena, até descobrir que precisaria de um transplante. Quando tinha 10 meses, foi abençoada por uma família, especificamente duas irmãs, que estavam dispostas a ajudar a menina, fazendo com que a necessidade e o sonho do transplante se tornasse realidade.

Segundo a mãe, Denise Soares, de 43 anos, a gravidez de Pérola foi muito tranquila do início ao fim, porém assim que a menina nasceu, ela percebeu que a menina estava com Icterícia (termo usado para descrever a coloração amarelada ou alaranjada da pele e das conjuntivas “branco dos olhos” do bebê). Após diversas consultas e tentativas de algum diagnóstico e aos 24 dias de vida, uma médica percebeu que algo realmente estava errado com a Pérola.

Com o resultado dos exames, a menina precisou ser encaminhada ao Hospital da Unicamp para uma avaliação mais específica. “Confesso que assustei com a notícia, porque pra mim, Unicamp era sinal de “fim de linha”, mas fomos para o hospital e lá o Dr. Gabriel nos atendeu com muita competência e pediu uma Biópsia do fígado dela e foi quando constatou a Atresia de Vias Biliares”, contou Denise.

A Atresia de Vias Biliares (AVB) é uma doença do fígado e uma inflamação dos ductos biliares que ocorre em recém-nascidos, levando a uma obstrução progressiva dos mesmos. A bile fica retida no fígado, provocando rapidamente dano hepático, que pode evoluir para cirrose e óbito, caso não seja tratada precocemente. É a causa mais comum de transplante hepático em crianças.

Dado o diagnóstico, Pérola participou da primeira cirurgia e após 12 dias internada, a família descobriu que a cirurgia não havia dado certo “Foi como tirar o chão pra nós, de novo, e depois de uma nova conversa com toda a equipe, foi aí que surgiu a palavra Transplante!”, comentou. “Foi um susto muito grande, apesar de eu sempre me declarar doadora, agora seria minha vez de esperar um sim de alguém”, destacou a mãe.

Após muitas procuras, uma tentativa falha de compatibilidade da família e também diversas intercorrências, uma mensagem no WhatsApp foi a luz no fim do túnel e resposta de muita oração de Denise e Pérola, a parente de uma prima de Denise, se sensibilizou pela história e contou que tinha duas filhas cadastradas na doação de medula, mas que nunca foram chamadas e gostariam de tentar pela Pérola. “Eu chorei tanto, mas tanto e agradeci muito a Deus por tanto amor. Nós nem nos conhecíamos e entre as duas irmãs, acabei escolhendo a Samira, só pelo fato de ter tido uma amiguinha na infância com esse nome”, contou Denise.

Depois de diversos exames, burocracias e processo judicial, tudo tinha dado certo e o transplante foi marcado e aconteceu sem nenhuma intercorrência no dia 11 de dezembro de 2020, no Hospital Sírio Libanês. “Nossas meninas guerreiras foram sensacionais, nada de intercorrência graças a Deus! Boa recuperação para as duas e com 20 dias tivemos alta e passamos o réveillon em casa. Foi um milagre tão grande tudo isso, que nos faz acreditar que ainda existem pessoas corajosas e com tanto amor pelo próximo desse jeito”, salientou a mãe Denise.

“A doação de órgãos salva muitas vidas e é extremamente importante conversarmos com nossa família sobre nossa escolha em ser doador. A minha filha pôde receber de alguém vivo que se dispôs a ser o anjo dela. Mas também estava na fila Nacional onde você pode receber de pessoas falecidas também. O transplante não é a cura mas aumenta a expectativa de vida de quem recebe. E também vivemos muitas intercorrências (como hoje, escrevendo para o jornal Mais Expressão, de dentro da UTI da Unicamp). Mas seguimos sempre com muita fé e vivemos um milagre por dia”, concluiu Denise.

Atualmente Denise é voluntária ativa no Instituto Gabriel, atuando na divulgação da importância da doação de órgãos.

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    Foto: Divulgação

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