Cineclube traz novo filme do diretor Gus Van Sant

A segunda edição do Cineclube Indaiatuba em 2019 traz o mais novo trabalho do diretor Gus Van Sant, conhecido por clássicos como Gênio Indomável, Elefante e Milk - A Voz da Igualdade. Na próxima terça (22), às 19h30, o Topázio Cinemas exibe A Pé Ele Não Vai Longe, com Joaquin Phoenix, Jonah Hill, Rooney Mara e Jack Black. 
O drama conta a história de John Callahan (Phoenix), cartunista, artista e músico em Portland, conhecido por lidar com assuntos macabros e deficiências físicas. Mesmo desconhecido da maior parte do público brasileiro, a trama surpreende desde o início com eventos que se misturavam em idas e vindas.
O estilo que Gus Van Sant utiliza em sua narrativa é irreverente e desafiador, sem confundir o espectador. Somos obrigados a ir encaixando as peças sem nos apegarmos ao efeito comum de outras cinebiografias: “fulano é assim por tal motivo” ou “tal motivo levou fulano a ser assim”.
O diretor se apega a este enredo não-linear para fugir do clichê das cinebiografias, que desenvolvem os personagens por meio de acontecimentos pontuais com começo, meio e fim, e também para dar força a estes personagens, sem amarrá-los a tais eventos. Se por um lado se desfaz dessa facilidade para desenvolve-los, por outro se apega fortemente aos discursos motivacionais que fazem parte de outros protagonistas de sua exímia filmografia.
O elenco está ótimo e em sintonia, embora alguns deles não sejam tão explorados quanto mereciam. Jack Black, mesmo com pouco tempo de tela, consegue nos tirar bons risos; Jonah Hill surpreende como um líder espiritual sério, sempre com boas palavras; já Rooney Mara tem a personagem menos desenvolvida e acaba devendo, embora sua presença seja reconfortante, tanto para o espectador quanto para Callahan.
Ao final, A Pé Ele Não Vai Longe passa uma mensagem positiva de que é preciso se apegar àquilo que te mantém vivo e em paz, mesmo que você esteja na pior das situações. A maneira que Callahan encontrou para superar um grave acidente e perdoar a todos ao seu redor foi com seus desenhos polêmicos que continuaram fazendo dele um idiota aos olhos de alguns. Mas o importante era sentir-se bem consigo mesmo. (Angelo Cordeiro)