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Assistido da APAE Valinhos se transforma em professor e dá aula de inglês para sua turma

Portador de paralisia cerebral, Cauann é um cadeirante, com limitações de movimentos e dificuldades de fala

 Publicado em  08/05/2018 às 09h09  Valinhos  Cidades


Desde que voltou dos Estados Unidos da cidade Los Angeles, onde morou durante um ano e meio, o assistido da APAE Cauann Hernandes D´Ávila, mostrou o seu interesse em compartilhar com os colegas de classe, um pouco de seu conhecimento na língua inglesa.

Portador de paralisia cerebral, Cauann é um cadeirante, com limitações de movimentos e dificuldades de fala, mas mesmo assim, decidiu quebrar o preconceito e enfrentar o desafio. O primeiro incentivo veio do Roberto Bernardi, administrador da APAE que após ouvir a história de Cauann, resolveu motivá-lo a compartilhar no grupo de amigos, um pouco do que tinha aprendido.

A idéia se tornou realidade quando a cuidadora Joseane Pimentel, assumiu as preparações das aulas junto com o assistido e no dia 4 de abril, com apoio de Ana Paula Tieko, Coordenadora do Centro de Capacitação Profissional da APAE, a idéia tomou corpo e Cauann enfrentou os seus 15 amigos na primeira aula de conversação.

"No começou fiquei apreensivo e até nervoso, mas agora estou tranqüilo. Com a  Joseane e a Ana combinamos o que será feito e juntos preparamos a aula que acontece às quintas-feiras das 13h30 às 14h30". Destaca o jovem professor.

O interesse do grupo tem sido tão grande, que nos corredores da APAE é comum ouvi-los repetindo as palavras que aprenderam nas aulas. "Procuramos introduzir palavras de acordo com o interesse da turma. Como por exemplo: começamos com as palavras de cumprimentos que nos remete a uma boa educação, depois aprendemos sobre fast food, aniversário e a quarta aula sobre os numerais. Essa turma não sabe ler e nem escrever, fazemos uma imagem e escrevemos as palavras e o Cauann ensina a pronúncia. O legal disso tudo é que quando vamos preparar a aula, o Cauann deixa de ser assistido e eu deixo de ser a cuidadora, nos tornamos parceiros". Explica  Joseane.

A aula se desenvolve num clima de total descontração e alegria, eles adoram repetir as palavras que são ensinadas, alguns com muita dificuldade e outros como a Ana Cristina Tordin Bugin também cadeirante, que já teve contato com a língua inglesa, que aproveita a oportunidade. "Estou amando, fiz um pouco de inglês, mas é muito bom saber outra língua porque se um dia sair do país, ou encontrar com algum americano saberei o básico para me entender com a pessoa".

A assistida Maria Inês Borin, mais velha do grupo e com muitas dificuldades de fala é uma das mais interessantes, ela repete todas as palavras, faz os gestos e não se importa se a pronuncia não for a melhor. Robson Carvalho de Almeida é outro que disse que está aprendendo palavras que não conhecia, é muito bom, o professor é nota 10.

Para a jovem Karize Trombeta da Costa Arruda ter aula de inglês foi especial. "Nunca pensei que um amigo poderia dar aulas aqui na APAE. No primeiro dia fiquei emocionada, hoje sou agradecida".

E Cauann destaca: "Quero dizer que esse projeto está sendo gratificante para mim, posso passar para a minha turma um pouco do que aprendi quando estive nos Estados Unidos e até convidei a Ana Cristina para minha assistente, ela me ajuda a reforçar a pronúncia".

O projeto de aulas de inglês está em fase de teste e conhecimento, adaptando à logística da APAE para evoluir cada vez mais, completa a pedagoga Ana Paula Tieko. 

O grupo conta com a organização geral da cuidadora Joseane Pimentel e apoio das cuidadoras Luciana Marina Caetano Feitosa e Silvana Ambrózio César.

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