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Após dois anos de ensino remoto, alunos têm dificuldade com as aulas presenciais

Estima-se perda de aprendizagem em 74%, o que deve gerar queda de renda de até R$ 40 mil por pessoa

 Publicado em  17/06/2022 às 10h46  Indaiatuba  Educação


Ricardo Posso, coordenador dos alunos do Ensino Fundamental do Colégio Rodin

Ricardo Posso, coordenador dos alunos do Ensino Fundamental do Colégio Rodin
Foto: Rayane Lins

Rayane Lins*

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Com a pandemia do Coronavírus, diversas atividades precisaram ser suspensas por um bom período devido à necessidade do distanciamento social para o controle da transmissão do vírus. Com escolas e universidades não foi diferente, pois essas tiveram que interromper as suas aulas presenciais.

Apesar das atividades escolares terem retornado à normalidade, os estudantes que chegam às escolas agora são diferentes daqueles que foram para casa no início da pandemia.

Conforme o estudo do Instituto Unibanco e Insper, os alunos do 3º ano do Ensino Médio tiveram uma perda de aprendizagem estimada em 74%. Este atraso poderá ser sentido ao longo das décadas e levar uma perda de renda futura dos jovens de até R$ 40 mil por indivíduo. “A tecnologia e o ensino híbrido podem ser aliadas para a recuperação de aprendizagem. Mas, para isso, uma escola deve fornecer uma estrutura adequada, com computadores e conexão com velocidade razoável para aprendizagem”, sugere.

De acordo com Alice Durães, de 17 anos, atualmente estudante do 3º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Profª Maria Aparecida de Pinto Cunha, a volta às aulas presenciais foi desesperadora, pelo fato de ter perdido dois anos. “Precisamos recuperar a matéria dos outros anos para ter uma base. Me senti desfalcada e pressionada principalmente por estar em ano de Enem e vestibular”.

Alice também conta que a maioria dos alunos prefere o presencial, porque tem dificuldades de focar estudando em casa, mesmo com o auxílio dos professores e as plataformas de reforço e que a maioria, incluindo ela, não aprenderam nada no EAD (Educação à Distância).

Estudantes apresentam impaciência com a convivência

Após dois anos em casa, grande parte dos estudantes desacostumaram com a rotina em sala de aula, os impactos relacionados à ética de relacionamento e à convivência em grupo acabaram se abalando, ao ponto de muitos jovens perderem alguns referenciais.

O aluno não consegue ficar muito tempo parado diante do quadro, acaba interrompendo a fala do professor, porque quer falar também. Se tem vontade de sair da sala, levanta-se e passa pela porta, sem dar explicações. São comportamentos que mostram uma dificuldade dos estudantes com a volta da rotina das aulas presenciais.

Coordenador afirma que hábitos precisam ser recriados

Ricardo Posso, coordenador no Ensino Fundamental do Colégio Rodin de Indaiatuba, afirma que se percebe que alguns alunos acabam tendo um pouco mais de dificuldade de socialização. “Hábitos de estudos precisam ser recriados, mas há coordenadores que fazem essa função, de sentar com os alunos, entender as rotinas de estudos e ajudar a organizar ou reorganizar essa rotina dos alunos de forma presencial”.

De acordo com outros profissionais da educação ouvidos pelo Mais Expressão, foi justamente a falta de convívio social que fez crianças e adolescentes retornarem mais inquietos às escolas. São alunos mais acanhados, com problemas para seguirem as regras, como se tivessem desaprendido a ficar em sala de aula. Mas para Ricardo, esses casos são isolados, casos individualizados. “Eu não diria que isso é um padrão da pandemia. Esses alunos, claro, recebem aqui no colégio apoio da orientação educacional, todo apoio possível para a socialização”.

*Rayane Lins integra o Programa de Estágio do Grupo Mais Expressão.

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  • Ricardo Posso, coordenador dos alunos do Ensino Fundamental do Colégio Rodin

    Ricardo Posso, coordenador dos alunos do Ensino Fundamental do Colégio Rodin
    Foto: Rayane Lins

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