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Adaptação de O Rei Leão chega às telas do Topázio

Live-action não arrisca no roteiro e é verdadeiro espetáculo visual

 Publicado em  18/07/2019 às 10h32  Indaiatuba  Cultura e lazer


Antes de mais nada, como classificar este O Rei Leão? Live-action ou animação digital? As técnicas utilizadas deixam esta dúvida no espectador, uma vez que não há captura de movimento dos rostos e das ações dos atores, como aconteceu em Mogli: O Menino Lobo. Assim, resta saber se o longa terá o mesmo impacto no público, já que a animação, até hoje, mantém-se na memória e no coração de espectadores de todas as idades.
Para quem não se lembra, a animação de 1994, dirigida por Rob Minkoff e Roger Allers e realizada por um time de animadores de segunda linha (enquanto o time “classe A” trabalhava em Pocahontas), conta a saga de Simba, herdeiro do trono de seu pai, Mufasa, que é vítima da trama de seu maquiavélico tio Scar e se vê obrigado a abandonar seu reino e o trono. 
Agora, sob direção de Jon Favreau (Homem de Ferro e Mogli), e roteiro de Jeff Nathanson, a trama traz poucas novidades. O herdeiro de Mufasa e Sarabi foge para a floresta, onde cresce sob os cuidados de Timão e Pumba, até que, já adulto, reencontra Nala e volta para retomar seu trono. 
Remake
Não há alterações relevantes na trama. Favreau faz um remake quadro a quadro, com pouquíssimas inserções e uma ou outra exclusão, mas não se arrisca muito. A missão do diretor era ingrata: ver seu trabalho visto com certo comodismo ou sofrer por ter “mudado a história original”? Enfim, este O Rei Leão não traz uma visão autêntica da obra e se propõe a ser realidade, função que cumpre muito bem. 
Aliás, o realismo é ponto alto da adaptação. Ver o espetáculo visual das savanas africanas, dos animais correndo em bando, dos insetos que servem de refeição para Timão e Pumba, do detalhe de cada animal e de cada ambiente, é simplesmente magnífico. Por outro lado, cabe ao espectador vencer alguma dificuldade em absorver a ideia de que aqueles animais realmente são capazes de falar. 
Na cabine em que assistimos O Rei Leão, foi exibida a versão legendada e podemos adiantar que a dublagem não está boa, falta sincronismo em alguns momentos e isso se deve, principalmente, pelo filme não ter sido realizado com captura de movimentos. É impossível recriar as expressões humanas nos animais, e em alguns momentos as bocas se abrem, mas o som parece ecoar, como se alguém estivesse narrando.

Musicais
Alguns números musicais não podiam ser repetidos da mesma maneira – animais pulando em cima uns dos outros não seria convincente - então a saída foi colocar os animais correndo pelas paisagens, mais uma vez, algo que não funciona da mesma forma que na animação. O apelo nostálgico aos mais saudosistas está presente, mas falta uma pitada de magia, digamos assim. 
Com sua grande mensagem sobre o ciclo da vida, Favreau faz questão de evidenciar alguns signos da história, desde a pata de Simba que se encaixa perfeitamente na pegada de seu pai Mufasa, quando ainda é apenas um jovem que tem muito a aprender, até o besouro que Simba tenta caçar e que depois é um dos tipos de insetos que ajudam a levar uma mensagem ao babuíno Rafiki. Além disso, o diretor usa meia hora a mais para tornar o terceiro ato do longa menos apressado que da animação.
Em resumo, O Rei Leão pode frustrar aqueles que têm expectativas em ver algo mágico, algo que Favreau não quis – ou não conseguiu – destacar aqui. No tanto, trata-se de uma visão bastante realística, que cumpre seu propósito de nos transportar para a savana e para a África, onde leões brigam pelo posto de rei e suas presas se curvam a eles. Ao final, é tudo fantasia. (Angelo Cordeiro)
 

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