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Pepo Lepinsk, de catador de recicláveis a presidente da Câmara

A trajetória do político que aprendeu cedo com as dificuldades

 Publicado em  29/04/2022 às 10h42  Indaiatuba  Política


A trajetória de um homem é escrita de diversas formas. No caso do presidente da Câmara de Indaiatuba, Pepo Lepinsk (MDB), a superação pessoal e a vontade de driblar as dificuldades sempre falaram mais alto. Um ano e quatro meses após assumir a chefia do Poder Legislativo de uma das cidades mais dinâmicas do país, o vereador contou com exclusividade algumas passagens importantes de sua vida.

Pepo Lepinsk nasceu há 51 anos em Indaiatuba, filho de Bernadette Gonçalves Lepinsk e Geraldo Lepinsk – do pai, descendente de poloneses, e da mãe, brasileira, nasceram todos os cinco irmãos frutos da mistura de raças que marca o Brasil.

A família simples morava próximo ao matadouro, e as dificuldades logo se impuseram. Ainda criança, Pepo precisou sair às ruas para recolher material reciclável.

“Precisei aprender muito cedo que nada cai do céu, porque na minha casa nada caía do céu. Tudo era fruto de muito trabalho, dos meus pais e dos meus irmãos. Minha infância teve sim as coisas de criança, mas também precisei antecipar um pouco a vida adulta e trabalhar muito jovem”, conta.

As “coisas de criança” a que Pepo se refere explicam seu apelido. O menino era arteiro e brincalhão como um personagem de novela de muito sucesso na época.

Também vem dessa época sua paixão por cavalos. Desde jovem, procurou se envolver com romarias, cavalgadas e solenidades que envolviam montaria. Mesmo sem o próprio animal, o menino dava um jeito de participar das atividades. “Lembro de muita gente com posses que me prometia emprestar um cavalo para os cortejos, e na última hora dava pra trás. Não tem coisa pior que enganar uma criança”, conta.

Para se aproximar de alguma forma dos bichos, aprendeu a rotina das cocheiras, das granjas e das boiadas, sempre cuidando dos animais dos outros. “Hoje muita gente se diz protetora dos animais, virou moda. Mas eu cresci nesse meio, cuidando dos bichos e acho que eles cuidaram muito de mim também”.

Ainda adolescente, trabalhou como guardinha do Campi (Círculo dos Amigos Mobilizados na Preparação Profissional de Indaiatuba) e empacotador do antigo Supertuba. Aos poucos, uma outra paixão foi florescendo: a música.

“Minha casa era muito animada. Meus pais conviviam com gente boa do samba aqui de Indaiatuba, algo que ainda era visto com maus olhos. Conheci já naquela época compositores, cantores, arranjadores, costureiros. Era como se eu morasse em uma quadra de uma grande escola”, lembra.

Pepo logo começou a cantar e a tocar instrumentos, principalmente cavaquinho e violão – embora também se arrisque até hoje no piano. Ajudou na criação de escola de samba e na consolidação dos desfiles na cidade. Como compositor, participou dos Carnavais de rua de Bauru e de São Paulo. Aos 17 anos, formou, com um grupo de amigos, o grupo Assaí, de samba e pagode, que fez sucesso na abertura de shows e na voz de grandes cantores. Também tocou com nomes importantes, como Almir Guineto.

A trajetória na vida pública começou de forma automática. “Eu tinha trabalhado com muita coisa e com muita gente, eu era um representante da comunidade, sem mandato”, relata. Após uma passagem como chefe de gabinete da presidência na Câmara de Mauá, começou a trabalhar na Secretaria de Habitação em Indaiatuba, no mandato do ex-prefeito Reinaldo Nogueira (MDB). Daí veio seu segundo apelido: Pepo da Habitação.

“Eu não entendia como nos anos 90 ainda tinha gente morando em habitações precárias. Eu tinha vivido aquilo, entendia aquele sofrimento, mas as coisas haviam mudado. Com esse grupo político que tanto fez por Indaiatuba, iniciei aquilo que considero uma revolução na habitação. Hoje somos uma cidade de mais de 270 mil habitantes que não tem nenhuma favela. É uma obrigação, eu sei, mas é uma obrigação que poucos conseguem cumprir”, diz.

Foi em 2016 que Pepo conseguiu seu primeiro mandato na Câmara. Após criar leis importantes para o setor da habitação, como a isenção do ITBI para imóveis feitos em parceria com a Prefeitura, o vereador se licenciou e voltou para a Prefeitura. Dessa vez como secretário. “Foi então que fizemos o Jardim Campo Bonito, com mais de 15 mil moradores e uma infraestrutura digna de um bairro desse porte”, revela. Também na secretaria, deu início à regularização de áreas e bairros e ao projeto pioneiro da Vila dos Idosos.

Em 2020, Pepo conseguiu ampliar sua votação em novo mandato na Câmara: 3.722 votos. No dia 1º de janeiro de 2021, foi eleito pelos colegas para presidir o Legislativo.

“Foi um presente e um reconhecimento do grupo, porque eu sempre fui um homem de grupo. Conduzi a Câmara em um momento muito difícil, que foi a pandemia, mas eu e meus colegas deixamos nossa marca na aprovação de projetos que ajudaram a população nesse período tão complicado. Só por isso, tudo já valeu a pena”, observa.

Pepo Lepinsk não para: preside a Câmara mais econômica e produtiva da região, participa como segundo-secretário do Parlamento da RMC e dá sustentação à administração de sucesso de Nilson Gaspar (MDB). Ao lado de sua esposa Rosana – “o grande amor da minha vida” – consegue cuidar dos seus próprios cavalos e olhar para trás com muito orgulho do que enfrentou.

“Quem fala a verdade não merece castigo. Esse é o meu lema, que carrego para a vida toda. Sempre falei a verdade, olhei na cara da população e saio de cara limpa nas ruas, sem cultivar inimigos e nem sentimento negativo. Sou muito feliz, mas não me acomodo. Como eu disse, aprendi muito cedo que nada cai do céu”, conclui.

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