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Historiador lança livro para desmistificar a arte africana

Livro foi escrito em 2020 e publicado pela Editora Lyra das Artes com apoio do Proac

 Publicado em  18/06/2021 às 15h36  Brasil  Cultura e lazer


Bárbara Garcia
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Rafael Gonzaga de Macedo é historiador, com graduação, Mestrado e mais atualmente, o Doutorado em História Social pela PUC de São Paulo. Ele conta que seu interesse pela cultura africana se deu no âmbito acadêmico, logo na iniciação científica que fez durante a faculdade.

“Eu não sou negro, mas me redescobri em vários aspectos. Acho que todo brasileiro tem alguma ancestralidade africana”.

Foi sua orientadora da iniciação científica que lhe mostrou um livro escrito pelo sobrinho do grande físico Albert Einstein, Karl Einstein, chamado “Plástica Negra”. Nesta obra, o autor considerava que a arte negra – compreendida como tudo o que não era europeu, incluindo também a arte indígena e dos povos originários da américa – tinha mais elementos expressivos do que a europeia, que estava sempre muito presa ao realismo, tanto nas pinturas como em esculturas. Desse modo, a arte negra mostrava algo mais profundo, que estava além da superfície.

Foi durante uma viagem com a atual companheira, que ao visitar um museu com algumas obras de Pablo Picasso, que ele se lembrou de uma emblemática frase do pintor:

“Levei anos para aprender a pintar, mas a vida toda para pintar como uma criança”. Com isso em mente, Rafael teve a ideia de criar uma história com dois protagonistas, ambas crianças: um é Pablo, inspirado em Picasso, e outro um menino negro, esperto e travesso, inspirado na figura de Exu.

“Os europeus catalogaram Exu como uma figura diabólica, mas não é nada disso. Exu é muito importante nas religiões de matriz africana, ele é o mensageiro, ele quem leva os pedidos das pessoas para o Deus maior, Olodumaré, também chamado de Olorum”, explica o historiador, que ainda deixa claro que, ao contrário do que muitos pensam, a religião do povo iorubá, que deu origem a outras, não é politeísta, mas sim, monoteísta.

O enredo acontece quando o jovem Pablo vai passar férias na casa do tio avô, senhor Picot, de origem francesa. Ele monta um circo-museu na cidade, com diversas obras de arte africanas que havia capturado. Ao tirar uma soneca, a câmera fotográfica do tio-avô cai no chão, e Pablo percebe que as obras estavam aprisionadas no rolo de filme. É aí que aparece o menino Exu e pede ajuda de Pablo para libertar essas obras, e lhe conta a verdadeira origem delas. Os dois só conseguem a libertação depois de colocá-las em uma bandeja de Ifá – parecida com búzios – e oferecer à orixá Orunmilá.

“Tomo cuidado para não dar destaque excessivo ao Pablo. Os dois constroem a jornada juntos, pois o que eu proponho é uma amizade entre a tradição europeia e a cultura africana”.

Atualmente Rafael está trabalhando para transformar o livro em desenho animado, e também em jogo de tabuleiro, para serem usados como instrumentos educativos nas escolas e assim ensinar a cultura africana para crianças e adolescentes.

Se quiser adquirir o livro é só acessar o site da Editora Lyra das Artes (www.lyradasartes.com.br) e procurar por “A jornada de Pablo”, de Rafael Gonzaga. As ilustrações são da artista visual Poliana Fernandes. edição teve o apoio do PROAC (Programa de Ação Cultural) do estado de São Paulo.

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