Venda de imóveis usados cresce 143,55%

As vendas de imóveis usados aumentaram 143,55% na cidade de São Paulo em abril na comparação com março, fazendo esse segmento do mercado imobiliário acumular crescimento de 106,91% no ano. Até março, o saldo estava negativo em 36,64%. O crescimento em abril foi registrado em pesquisa feita com 310 imobiliárias pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP).

“É um resultado excelente, mas ele se deu sobre uma base deprimida e isso recomenda cautela sobre o comportamento do mercado nos próximos meses”, ressalva José Augusto Viana Neto. O índice de vendas saltou de 0,106 para 0,2581.

Outro fator a considerar nessa mudança brusca de comportamento, segundo o presidente do CRECI paulista, é o tempo de maturação diferenciado nos negócios que envolvem imóveis. “A decisão de comprar pode levar meses, com muitas idas e vindas, envolve negociação de preços usualmente difícil, grande parte dos compradores tem que vencer a barreira do acesso ao financiamento, e é por isso que temos esse ´movimento de gangorra´ entre meses e ao longo do ano”, explica Viana Neto. Essas oscilações têm sido intensas este ano: em janeiro as vendas caíram 43,02% em relação a dezembro; em fevereiro cresceram 61,9%; em março recuaram 55,52% e em abril deram o salto de 143,55%.

O mercado de locação tem oscilado com menos intensidade. Em abril, o número de novas locações foi 9,55% menor que o março, que havia caído 7,52% em relação a fevereiro. O mês do Carnaval foi o melhor da locação residencial na Capital neste primeiro quadrimestre, com crescimento de 24,94% em comparação com janeiro, quando o mercado registrou alta de 0,52% sobre dezembro.

As 310 imobiliárias pesquisadas pelo CRECISP alugaram 52,86% em casas e 47,14% em apartamentos. Os aluguéis em abril ficaram 1,46% mais baratos que em março, na média dos valores contratados no mês, enquanto que os preços do metro quadrado dos imóveis vendidos caíram 2,68% em relação a março.

Nos últimos 12 meses, de maio do ano passado a abril deste ano, o valor médio do aluguel apurado pelas pesquisas mensais do CRECISP acumula variação negativa, de 11,08%. Já o preço médio do metro quadrado acumula aumento de 50,9%, superando de longe a inflação de 4,08% registrada nesse período pelo IPCA do IBGE.

Usados mais vendidos

Os imóveis usados mais vendidos na Capital paulista em abril foram os de preços final até R$ 500 mil. Segundo a pesquisa do CRECISP, eles representaram 58,75% das vendas efetivadas nas 310 imobiliárias consultadas. Por faixa de preço de metro quadrado, predominaram as de até R$ 8 mil o metro quadrado, 68,25% do total.

Os donos dos imóveis vendidos em abril concederam descontos sobre os preços que pediram inicialmente de 5,6% nos bairros da Zona B; de 8,21% na Zona C; de 10,4% na Zona D; e de 10,33% na Zona E. A maioria das casas e apartamentos foi vendida com financiamento de bancos (51,25% do total), seguido pelas vendas à vista (43,75%) e pelas financiadas diretamente pelos proprietários e por cartas de consórcio, ambas com participação de 2,5% no conjunto das vendas.

Mais da metade dos imóveis usados vendidos (53,72%) estava localizada em bairros agrupados na Zona C, como Mandaqui, Mirandópolis e Mooca. O restante das vendas distribuiu-se entre os bairros da Zona B como Aclimação e Alto da Lapa (20,01%); da Zona D, onde estão agrupados bairros como Jaguaré e Jaçanã (16,26%); da Zona E, que reúne bairros como Brasilândia e Campo Limpo (6,25%); e os bairros da Zona A, como os Jardins, com 3,75%.

A pesquisa do CRECISP também apurou que 80% das casas e apartamentos que as imobiliárias consultadas venderam em abril eram de padrão médio, 11,15% do padrão e 8,75% do padrão standard.

Imóveis com aluguel mensal de

até R$ 1,2 mil foram os preferidos

A pesquisa do CRECISP com 310 imobiliárias da Capital mostrou que em abril os novos inquilinos optaram por alugar preferencialmente casas e apartamentos com aluguel mensal de até R$ 1.200,00. Imóveis nessas faixas de valor representaram 56,28% do total de novas locações.

O aluguel que mais aumentou em abril foi o de casas de 2 dormitórios em bairros da Zona B. O aluguel médio subiu 37,25%, de R$ 1.190,00 em março para R$ 1.633,33 em abril. O aluguel que mais baixou foi o de casas também de 2 dormitórios, mas em bairros da Zona A. A queda foi de 44,44%, com o aluguel médio caindo de R$ 1.800,00 em março para R$ 1.000,00 em abril.

Os donos dos imóveis os alugaram em abril com descontos médios sobre os valores inicialmente pedidos de 8,26% na Zona A; de 9,16% na Zona B; de 9,58% na Zona C; de 12,91% na Zona D; e de 9,27% na Zona E. A pesquisa do CRECISP também constatou que nessas imobiliárias foram encerrados os contratos de um número que supera em 9,69% o total de novas locações. A inadimplência nos contratos em vigor deu um salto de 27,79% de março para abril ao passar da média de 4,75% para 6,07%.

O fiador foi a forma preferencial de garantia adotada em 42,73% das novas locações de abril, seguido do aluguel sem garantia (33,81%), do seguro de fiança (17,4%), da caução de imóveis (4,96%), da locação sem garantia (0,66%) e da cessão fiduciária (0,44%).

O CRECISP apurou junto aos Fóruns da Capital que o número de ações judiciais sobre demandas envolvendo aluguel de imóveis caiu 20,17% em abril – foram 3.233 ações de todo tipo em março e 2.581 em abril.

A redução foi de 47,5% nas ações de rito ordinário (de 80 para 42); de 30,39% nas ações por falta de pagamento (de 1.836 para 1.278); de 19,51% nas ações renovatórias (de 123 para 99); de 11,76% nas ações consignatórias (de 17 para 15); e de 2,55% nas de rito sumário (de 1.177 para 1.147).