Ultramaratona de Indaiatuba marcou a retomada do esporte

Adriana B. Lourencini
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Apesar da situação adversa criada pela crise sanitária, especialmente nos esportes, por conta de atividades que envolvem aglomerações, atletas de algumas modalidades conseguiram superar as dificuldades. Um dos exemplos foi o dos maratonistas, que em meio à quarentena e restrições de treinos, puderam dar o melhor de si e conquistar os primeiros lugares.

Mesmo durante o período da pandemia, no final de novembro Indaiatuba sediou a primeira Ultramaratona, no Parque do Mirim. A prova pedestre de longa duração marcou a retomada do esporte, e reuniu 200 atletas de todo o Brasil, passando a constar no calendário municipal.

Além de maratonistas amadores, a competição recebeu grandes ultramaratonistas nacionais, incluindo atletas do Corpo de Fuzileiros Navais, os quais, de acordo com Isa Costa, atleta e organizadora do evento, se destacam em provas longas.

Para Isa, a primeira Ultramaratona de Indaiatuba foi um sucesso.

“Recebemos mais de 230 inscrições e tudo saiu como o esperado”, revelou a atleta, que contou com o apoio da Federação Paulista de Atletismo para a realização do evento.

Os competidores disputaram as modalidades 12 horas e 6 horas, e a prova de 100 quilômetros (km), sendo que esta última foi seletiva para o campeonato continental IAU, que será em setembro de 2021, no Brasil.

A campeã do 100km foi a atleta Luciana Beatriz, que completou a prova com 9h28m42s, e conquistou o ingresso na Seleção Brasileira de Ultramaratona. Junto com Luciana, o atleta Marcelo H. Rocha também foi qualificado, com 7h19m47s.

Vencendo barreiras

Ainda no início de novembro, Isa participou da corrida de 100km, no município de Morungaba, no qual conquistou o terceiro lugar. Inicialmente a prova teria 120 quilômetros (km), mas, por conta da pandemia, foram feitas adaptações e terminou sendo realizada com 100 km.

A atleta enfrentou um grande desafio, já que estava há 11 meses sem competir, e tinha uma lesão no calcanhar esquerdo. “Mesmo sendo uma atleta amadora, o isolamento não foi diferente do que ocorreu com os outros atletas”, lembrou.

“Inclusive, atletas de alta performance também tiveram dificuldades em ficar tanto tempo parados. Confesso que, no início, cheguei a ficar sem sair de casa, nem treinar. Após dois meses, percebi que não ia resolver ficar parada e decidi iniciar alguns treinos em locais isolados (região rural), além do que, este é meu estilo de prova”, acrescentou.

“Além do pouco tempo de treino, eu e muitos atletas acabamos tendo aumento de peso, o que impactou muito na prova. Sofri bastante, ainda mais com a chuva que caiu em mais da metade da corrida”, lembra a atleta. “Em seguida, o tempo abriu e enfrentamos muito sol, e à noite, bastante frio”, emenda.

Apesar de tudo, Isa conseguiu terminar a prova cerca de duas horas antes do previsto, pois, esperava concluir entre meia noite e uma da manhã. “Estou muito feliz com o resultado; parece estranho ficar feliz com a terceira colocação, mas tinha meninas bem mais novas e extremamente boas na corrida. É uma terceira colocação com sabor de vitória”, concluiu a ultramaratonista.

Sobre o ano difícil para o esporte em geral, Isa Costa garantiu que nunca pensou em desistir.

“Cada prova é um desafio novo e uma experiência incrível, um grande aprendizado e crescimento pessoal. O mais importante, tanto na corrida como na vida, é não desistir, nunca abandonar o barco. Por mais difíceis que sejam, os dias ruins passam, assim como os bons; então, vamos focar apenas no que é bom, para termos forças e seguirmos em frente”, declarou.