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SP retira 9 mil toneladas de resíduos do Rio Pinheiros

Em geral, materiais consistem em detritos domésticos; eventualmente, são removidos sofás, fogões, colchões e chassis de motos

 Publicado em  21/01/2020 às 11h00  São Paulo Capital  Cidades


Foto: Governo do Estado de São Paulo

De janeiro a dezembro de 2019, o Governo do Estado removeu do Rio Pinheiros mais de 9,3 mil toneladas de resíduos. A ação integra o Programa Novo Rio Pinheiros, que tem o objetivo de revitalizar o símbolo da cidade de São Paulo por meio da união dos órgãos públicos e da sociedade.

Entre os dias 6 de agosto e 30 de novembro, por exemplo, foi constatado o recorde de desassoreamento e desaterro dos últimos cinco anos, com a retirada de 132.004 m³ e 265.304 m³ de resíduos, respectivamente. Somados, os materiais correspondem a mais de 23 mil caminhões basculantes.

No programa, a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), vinculada ao Governo de São Paulo, tem como uma das atribuições remover os detritos do curso d’água, além de ser responsável pelo controle de enchentes da Região Metropolitana de São Paulo, operando usinas elevatórias e barragens.

“Em geral, os materiais coletados consistem em resíduos domésticos. Eventualmente, são retirados sofás, fogões, bicicletas, colchões e chassis de motocicletas”, explica o assessor da Diretoria de Geração da EMAE, Edson Máximo Macuco.

“Também são removidos muitos pneus. Em 2019, foram cerca de 6 mil. São valores bastante expressivos e demonstram o compromisso de melhorarmos continuamente as condições do Rio Pinheiros”, completa.

Conscientização

Todo o material coletado pela EMAE, exceto os pneus, é encaminhado para aterros da Prefeitura de São Paulo, por estar contaminado. Já os pneus seguem para a Subprefeitura do Campo Limpo, que os destina à reciclagem.

De acordo com Edson Máximo Macuco, os principais desafios na execução do Programa Novo Rio Pinheiros são percorrer os 25 quilômetros de extensão do curso d’água diariamente na coleta dos resíduos sólidos, com a utilização de embarcações apropriadas. “Não há um único dia sequer que não há quantidade expressiva de lixo no Pinheiros”, salienta.

O assessor da Diretoria de Geração da EMAE destaca a importância do papel dos moradores da capital para que a iniciativa atinja os objetivos propostos. “Os cidadãos são protagonistas na diminuição sensível ou até mesmo total de lixo sólido lançado no Rio Pinheiros e outros cursos d’água. Bastaria que a população descartasse o lixo em local apropriado, de preferência, separando o material reciclável, para que essas 9,3 mil toneladas de resíduos sólidos removidas em 2019 fossem reduzidas sensivelmente”, afirma.

Para conscientizar a população sobre o descarte correto do lixo, a EMAE instalou, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, uma escultura em formato de capivara, feita de sucata e preenchida com materiais do Rio Pinheiros.

A intervenção, exposta até o fim de janeiro, integra o eixo de educação ambiental do Programa Novo Rio Pinheiros. Só no parque são recolhidas cerca de 20 toneladas de resíduos por mês, que equivalem a cerca de quatro caminhões de 16 m³ de capacidade.

A ação itinerante teve início em dezembro, quando a EMAE instalou, próximo à Estação Pinheiros da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), uma escultura em formato de peixe nos mesmos moldes. As obras, confeccionadas na oficina da própria empresa, devem passar em breve por outras vias públicas.

Qualidade das águas

O Programa Novo Rio Pinheiros busca reduzir o esgoto lançado nos afluentes, melhorar a qualidade das águas e integrar o curso d’água à cidade. Por ser um rio urbano, a água não será potável nem terá possibilidade de natação. No entanto, os executores da ação esperam a melhora do odor, o abrigo de vida aquática e, com isso, trazer a população de volta às margens.

“O Rio Pinheiros está inserido em um projeto de saneamento básico que engloba uma grande bacia. O programa tem cinco eixos estruturantes: saneamento, manutenção, tratamento de resíduos sólidos, revitalização e comunicação e educação ambiental. Temos convicção de que é possível revitalizar o curso d’água”, declarou o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, em dezembro, durante a assinatura de contratos com empresas que iniciaram parte dos pacotes de obras.

Também será possível captar investimentos privados, como a concessão do transporte hidroviário para melhorar a malha de transporte urbano. Do total de 14 licitações para execução de obras de esgotamento sanitário, os quatro primeiros contratos assinados pela Sabesp em dezembro ampliarão a coleta e enviarão para tratamento o esgoto de 47 mil imóveis nas sub-bacias dos córregos Corujas/Rebouças, Ponte Baixa/Socorro, Aterrado/Zavuvus e Pedreira/Olaria.

A iniciativa beneficiará 770 mil pessoas no entorno. Os trabalhos aumentarão em 21% o volume de esgoto tratado na região, passando dos atuais 960 para 1.157 litros por segundo, além de reduzir a carga orgânica que chega aos cursos d’água e alcança o Rio Pinheiros.

Trabalho integrado

A medida terá efeito prático na vida de 3,3 milhões de pessoas que moram na abrangência da Bacia do Pinheiros, em uma área de 271 km², que inclui bairros nos municípios de São Paulo, Embu das Artes e Taboão da Serra.

“Esse é um grande desafio. Estamos trabalhando de forma integrada, sob a coordenação da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. A Sabesp tem a função de limpar os afluentes do Pinheiros para que não haja uma poluição nesse rio”, enfatizou o diretor-presidente da Sabesp, Benedito Braga, durante a apresentação do pacote de obras, em agosto de 2019.

Por meio da implantação de interceptores, redes coletoras e ligações, entre outras medidas, a ação elevará o tratamento de esgoto na região em 2.800 litros por segundo – dos atuais 4.600 litros por segundo para 7.400 litros por segundo em 2022.

Esse é um dos eixos do programa, que contempla ações de saneamento, desassoreamento, coleta e destinação dos resíduos sólidos, revitalização das margens e educação ambiental. Paralelamente, a EMAE realiza a revitalização das margens, aprofunda e retira o lixo do rio.

Monitoramento

O monitoramento das condições do Pinheiros, feito pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, também é parte importante do programa. A Cetesb, que monitora o rio desde a década de 1970, está presente no licenciamento e na fiscalização. Os dados coletados mostram a evolução do curso d’água e, por isso, são fundamentais para a iniciativa.

“Os dados mostram como vamos encaminhar melhor as ações no que diz respeito aos objetivos que queremos atingir”, salientou a diretora-presidente da Cetesb, Patrícia Iglecias, durante uma reunião do Conselho Superior de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em julho de 2019.

Na primeira etapa, até o 2º semestre de 2020, deverão ser retirados 500 mil m³ de detritos no processo de desassoreamento e 700 mil m³ no desaterro, em um total de 1,2 milhão de metros cúbicos, equivalente a 480 piscinas olímpicas.

Para a ação, os técnicos da EMAE executaram a batimetria do curso d’água, em que uma sonda mede a profundidade do leito e a altura dos resíduos. Os resultados mostraram que a profundidade do rio se alterna entre um e dois metros. A região entre as pontes do Jaguaré e Ari Torres deve ser priorizada.

Nas margens, uma parceria com a Reservas Votorantim garantiu 30 mil mudas de árvores de espécies nativas, que são plantadas ao longo de 13 quilômetros na margem oeste. O projeto é assinado pelo paisagista Ricardo Cardim. No lado leste, em outro convênio, a Vivo garante a manutenção.

O Rio Pinheiros é um afluente do Tietê, que tem projeto de despoluição e saneamento executado pela Sabesp. A iniciativa reduziu a mancha de sujeira em 530 quilômetros, registrada em 1992, para 122 quilômetros atualmente. O dado é auditado e pode ser confirmado pela Fundação SOS Mata Atlântica.

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  • Foto: Governo do Estado de São Paulo

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