Publicado em 24/04/2020 às 12h27 Brasil Política
Adriana B. Lourencini
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou na manhã desta sexta-feira (24) sua saída do cargo. O pronunciamento foi feito no auditório do Ministério, após Moro tomar conhecimento da exoneração do diretor geral da Polícia Federal (PF), o delegado Maurício Valeixo, a qual ocorreu também na manhã de 24 de abril.
A exoneração de Valeixo foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e publicada no Diário Oficial da União. Conforme o decreto, a saída do superintendente da Polícia Federal ocorreu por conta de pedido do próprio Valeixo.
O pedido de demissão de Moro aconteceu durante uma fase instável entre ele e Bolsonaro. Ainda na quinta-feira (23), o ministro chegou a dizer ao presidente que deixaria o cargo, caso Valeixo fosse exonerado.
Em seu pronunciamento, Moro citou as realizações durante o período em que permaneceu no cargo, e destacou que o principal motivo de sua saída foi a tentativa do presidente em intervir politicamente na PF. “(...) me veio a sinalização de que seria um grande equívoco realizar essa substituição. Ontem falei com o presidente que seria uma interferência política. Ele disse que seria mesmo”, reiterou.
Na sequência do pronunciamento, Moro salientou ainda seu “dever de tentar proteger a Polícia Federal. Por isso tentei buscar uma alternativa neste momento de pandemia. A exoneração (do diretor da PF), eu fiquei sabendo pelo Diário Oficial, nesta madrugada. Eu não assinei. Em nenhum momento o diretor-geral apresentou um pedido formal de exoneração. Eu, sinceramente, fui surpreendido e achei ofensivo. Isso não é verdadeiro. Pra mim, esse último ato foi uma sinalização de que o presidente não me quer no cargo”.
Moro também mencionou a intenção de Bolsonaro de trocar o diretor-geral. “Eu disse: não vejo problema, mas eu preciso de uma causa, ocasionada por desempenho, erro grave. (...). O grande problema de realizar essa troca é que haveria uma violação da promessa que me foi feita, de carta branca. E haveria uma interferência política na PF. (...) Ia gerar uma desorganização. Não aconteceu durante a Lava-Jato, durante governos anteriores”.
Por fim, o então ministro concluiu o discurso: “Eu abandonei a magistratura. Infelizmente é um caminho sem volta, eu sabia dos riscos. Vou descansar um pouco. Foram 22 anos, e praticamente não tive descanso. Vou procurar um emprego, não enriqueci com o serviço público. Independe de onde eu esteja, sempre vou estar a disposição do país. Sempre respeitando o mandamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que é fazer a coisa certa sempre”.
Lava Jato
Sergio Moro se notabilizou por sua atuação como juiz na operação Lava Jato, e conquistou o lugar de ministro mais popular do governo Bolsonaro. Ele comandou a operação na 13ª Vara Federal de Curitiba, no período de 22 de abril de 2014 a 16 de novembro de 2018, quando pediu exoneração para assumir o cargo de ministro da Justiça.
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