Saúde terá apoio do Exército em mutirão contra febre amarela no Jardim Pinheiros

Um grupo de 12 soldados da 11ª Brigada de Infantaria Leve (BIL) do Exército, com sede em Campinas, vai ajudar no trabalho de pulverização com inseticida que será realizado nesta quinta e sexta-feira (22 e 23) no bairro Jardim Pinheiros, em Valinhos, pela Prefeitura e pela Sucen (Superintendência de Controle de Endemias).

A ação será realizada em 666 imóveis no entorno das casas de quatro suspeitos de febre amarela de uma mesma família (um deles morreu), na Rua José Guirardello. O objetivo é reduzir risco de transmissão de doenças e orientar a população que tome a vacina para se proteger. Um carro de som está percorrendo as ruas da região desde esta quarta-feira (21) para informar os moradores do procedimento. Durante a noite veículos da Sucen farão a pulverização externa nas ruas.

Os soldados chegam à cidade após uma solicitação de parceria feita pelo prefeito Orestes Previtale junto ao comando do Exército de Campinas. A intenção é que eles ofereçam suporte para as equipes entrarem nas casas, já que o número de imóveis fechados e de moradores que negaram acesso aos técnicos ao interior das residências tem sido considerado alto pelos agentes.

Atualmente, são seis notificações para febre amarela em Valinhos, sendo um caso positivo de morte e outros cinco que ainda aguardam resultado de exame pelo Instituto Adolfo Lutz. Entre os cinco suspeitos há uma morte.

Das seis notificações, quatro são de uma mesma família. Além de dois irmãos gêmeos, de 38 anos (um morreu e outro segue internado na Santa Casa com quadro estável), um sobrinho, de 16 anos, foi internado no Hospital Vera Cruz, em Campinas, e uma mulher de 62 anos também apresentou os sintomas nesta semana. Ela passa bem.

A Secretaria da Saúde não descarta que os cinco casos em investigação possam ser também de dengue hemorrágica ou febre maculosa, principalmente pelas semelhanças entre os sintomas.

A força-tarefa no Jardim Pinheiros fará trabalho de orientação dos moradores no ato da pulverização, que será realizada casa a casa, e também vai reforçar a orientação para que todos procurem as Unidades Básicas de Saúde para tomar a vacina, que é gratuita.

A operação seguirá os mesmos moldes do trabalho realizado no Parque das Colinas desde segunda-feira desta semana.

A orientação dos técnicos da Saúde é para que utensílios, artigos de uso pessoal, alimentos e água sejam cobertos ou guardados para evitar exposição ao inseticida. Além disso, animais e moradores devem ficar fora das residências por 30 minutos após a aplicação. As portas e janelas devem ficar abertas e objetos como carrinhos de bebê, cadeiras de rodas e bicicletas devem ser guardados e cobertos. O veneno não oferece riscos para a população.

No mesmo bairro também já foi realizada uma varredura em busca de criadouros e larvas de mosquitos dentro das casas, além de orientação dos moradores. O índice de imóveis com presença de larvas ou potenciais criadouros de mosquitos foi considerado elevado pelos técnicos que realizaram o trabalho.

“Precisamos da cooperação dos moradores, que devem evitar qualquer risco de armazenamento de água em áreas abertas em suas propriedades. Qualquer objeto que retenha uma pequena quantidade de água já representa risco”, disse Claudia Maria dos Santos, diretora da Vigilância Epidemiológica de Valinhos.