O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) entregou na semana passada um relatório com uma série de documentos, em resposta ao inquérito instaurado pelo Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo para averiguar o abastecimento de água do Município. Além de imagens sobre a situação dos mananciais, o dossiê conta com documentos técnicos sobre o índice pluviométrico da região.
No material, o Saae informa ao MP que o rodizio de 20 dias ocorrido em outubro foi suficiente para evitar qualquer desabastecimento em locais que realizam serviços essenciais como: escolas, hospitais, creches e instituições públicas. Desse modo, o Saae afirma que não existe necessidade concreta para que seja declarado calamidade pública na cidade, em virtude da estiagem que assola o Estado.
O órgão também comunica que realizou medidas necessárias para evitar o desabastecimento, como campanhas de conscientização em escolas e empresas, assim como nos veículos de comunicação; desassoreamento dos rios para melhorar a captação de água bruta; utilização de represas particulares e públicas; fiscalização do uso racional da água; reenquadramento do Rio Jundiaí e rodízio na Zona Norte da cidade. Com essas ações, a autarquia afirma que conseguiu uma diminuição de 30% no consumo de água.
O relatório traz ainda laudos técnicos com o índice pluviométrico da cidade, que mede a quantidade de chuva. Ressaltou que as chuvas do inicio do mês ajudou a recuperar um pouco os mananciais, possibilitando o fim da implantação do rodizio.
Além do Saae, o MP também solicitou que a Prefeitura explicasse de que forma estava sendo realizado o abastecimento de água no Município. A Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura informou que, embora o inquérito seja direcionado principalmente ao Saae, as informações que foram solicitadas diretamente à Prefeitura já foram fornecidas.
A Secretária não comunicou quais foram as informações solicitadas pelo MP. O relatório foi entregue ao promotor, que deve dar o parecer nos próximos dias.
Investigação
O inquérito foi instaurado no dia 20 de outubro e recomendava que o Poder Público avaliasse a possibilidade de declarar situação de emergência ou de calamidade pública, diante da grave escassez de água.
O jornal Mais Expressão teve acesso ao inquérito que destacava ser de competência do Município fornecer água de qualidade, e manter o fornecimento à população. O documento ressaltou ainda que a situação de estiagem não pode ser tomada como motivo para uma possível falta de abastecimento visto o histórico de altos índices de chuva na região, que é de conhecimento do MP, do Poder Público e do Saae.
Em entrevista, o superintendente do Saae, Nilson Alcides Gaspar, disse que a cada dia é uma situação diferente. “Não falamos nada em longo prazo, tudo é uma questão de dia a dia. Têm dias que os rios estão com uma boa vazão, já em outros o nível baixa drasticamente e precisamos redobrar os trabalhos”, afirma.
Galeria de mídia desta notícia
Não há fotos e vídeos disponíveis.