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RMC ganha aplicativo colaborativo para comunidade autista

Idealizado por uma mãe de uma garota com Síndrome de Asperger, Rede Azul reunirá locais e serviços amigáveis para autistas e familiares

 Publicado em  18/12/2019 às 08h00  RMC   Cidades


Cidades da região de Campinas contarão, a partir deste mês, com uma inovação voltada a pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Idealizado por Elaine Marques, mãe de uma garota com TEA, o aplicativo Rede Azul reunirá um amplo catálogo de estabelecimentos, instituições de ensino e profissionais relevantes para essa comunidade. O app é uma iniciativa colaborativa, permitindo que pessoas envolvidas com a causa realizem indicações e avaliem as opções oferecidas dentro da aplicação.

Desde que sua filha, Alícia Nicol Marques, foi diagnosticada com Síndrome de Asperger — um dos Transtornos do Espectro Autista —, Elaine Marques viu-se em meio a muitos obstáculos. Além da dificuldade de realizar o diagnóstico, tornaram-se tarefas complexas a busca por tratamentos, medicamentos e até ensino adequado para Alícia. “Eu fico indignada com as dificuldades que tenho para atender as necessidades de tratamento e qualidade de vida da minha filha. Percebi que não podia ficar parada, tinha que agir. Por isso, comecei a estudar como poderia criar o aplicativo e ir atrás das pessoas que me ajudariam nisso”, conta a CEO do Rede Azul, Elaine Marques.

Rede Azul De início, o aplicativo abrangerá cidades da RMC, além de Salto, Itu e Elias Fausto. A intenção, contudo, é expandi-lo gradativamente até funcionar em todo território nacional. Por enquanto, será disponibilizado em versão piloto, na Play Store, em etapas. Primeiramente, será permitida a entrada de 300 usuários comuns, sendo que os 100 primeiros serão colaboradores, ou seja, vão inserir indicações de serviços, profissionais e espaços já utilizados por eles, que serão denominados Pontos Azuis — locais adequados para pessoas com TEA. Em uma segunda etapa, o aplicativo será aberto para 1 mil usuários, em todo País, que também poderão começar a indicar os Pontos Azuis e avaliá-los.

Inclusão e TEA Estima-se que existam cerca de 2 milhões de brasileiros que possuam algum nível do TEA. Mesmo com esse número relevante, ainda existem dificuldades para que essas pessoas levem uma vida de qualidade. Alícia Marques, por exemplo, levou seis anos para ser diagnosticada e atualmente, com 17 anos de idade, relata: “Eu tenho a minha própria maneira de realizar algumas atividades e, muitas vezes, tenho dificuldade em explicar isso. Algumas tarefas eu não consigo fazer. No dia a dia, eu me sinto diferente de outras pessoas em vários aspectos, por exemplo, na forma de pensar, de falar e de focar em certos temas”.

A Síndrome de Asperger é o nível mais leve do espectro autista e ao possuí-la, a pessoa pode desenvolver um interesse restrito por certo tema, chamado de hiperfoco. “O hiperfoco da Alícia são jogos, mais especificamente do console Nintendo DS. A partir disso, ela se interessou pela cultura japonesa e, atualmente, gosta de desenhar e ler mangás, além de cantar em japonês. Porém, é um trabalho contínuo. Temos que seguir estimulando o crescimento de repertório dela e habituá-la a conversar sobre outros assuntos, até para que ela possa se socializar melhor”, afirma Elaine Marques.

Alícia Marques acredita que o Rede Azul fará diferença na vida de pessoas que possuem TEA. “Eu acredito que o aplicativo vai ajudar bastante as pessoas com TEA. Com as informações já acessíveis, elas poderão saber o que faz bem para uma pessoa com TEA, encontrando serviços apropriados e até oportunidades de emprego”, comenta.

Lançamento A versão piloto do aplicativo estará disponível a partir de quinta-feira, 19 de dezembro, inicialmente, para dispositivos Android. No mesmo dia haverá um evento para a apresentação do app, que acontecerá em Indaiatuba. Na programação, depoimentos de mães da comunidade autista, palestra com Alícia Nicol Marques, que tem TEA, bate-papo com a psiquiatra Rosana Kesrouani, e apresentação das funções do Rede Azul. O Rede Azul tem apoio da Agência Blues Propaganda, que criou toda identidade visual do aplicativo, e assessoria jurídica da Law.Sa Advocacia.

O Rede Azul é desenvolvido pela agência Firefish, com apoio de um investidor-anjo. Mas a iniciativa não parará por aí. “A ideia é transcender o aplicativo, daqui a um tempo, e implementar selos físicos que serão fixados nos estabelecimentos com melhores avaliações no app. Assim, as pessoas poderão identificar que aquele local é apropriado para pessoas com TEA”, explica a CEO do Rede Azul.

Municípios 1ª fase Rede Azul
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