Prefeitura e Bayer se unem para reduzir gravidez na adolescência

Na manhã de quarta-feira, dia 14, em coletiva de imprensa, a Prefeitura de Indaiatuba e a Bayer S.A. assinaram o termo de cooperação sobre o projeto que visa reduzir a gravidez não desejada na adolescência (jovens até 19 anos).
O contrato inicialmente terá duração de um ano, porém poderá ser estendido por até 5 anos. “As ações de planejamento tem início a partir de agora, com a assinatura, e os bairros que receberão este benefício serão mapeados em conjunto pelas secretarias de saúde, educação e família e bem estar social, além da empresa Bayer”, disse o vice-prefeito e médico ginecologista, Dr. Tulio José Tomass do Couto. “Tenho certeza que esta parceria inovadora irá gerar resultados muito positivos em Indaiatuba no prazo de 2 a 5 anos”, completa.
O projeto tem como objetivo orientar os adolescentes, tanto meninas como meninos, e a família quanto à gravidez não desejada na adolescência. Para tanto a ação incluirá a capacitação de médicos da rede pública municipal que atua na área de planejamento familiar, capacitação de multiplicadores, como, assistentes sociais, enfermeiros, farmacêuticos e agentes comunitários de saúde; orientação à população e apoio a estudo envolvendo os impactos da gravidez na adolescência nas áreas social, educacional e de saúde.
"A gravidez na adolescência têm mais complicações para a mãe e para o bebê e, por isso, exige muito mais cuidados. Além disso, existem as questões sociais que esta gestação acarreta, como o impacto desta criança nessas família que não estavam preparadas para recebê-la, a evasão escolar das mães e os aspectos econômicos envolvidos no nascimento. Temos uma preocupação social com essas jovens, pois ainda estão iniciando sua vida na sociedade e têm muitos anos pela frente", explicou o vice-prefeito.
De acordo como representante da Bayer, Leonardo Mousinho, o projeto é pioneiro e inovador no Brasil e a gravidez na adolescência é questão de saúde pública. “Queremos parabenizar Indaiatuba pela iniciativa de não esperar que o Governo haja ou traga algo como este projeto à cidade. É um trabalho de responsabilidade social extremamente importante para a companhia”, disse. “A Bayer acredita que esta parceria irá trazer muitos benefícios para os adolescentes (meninas e meninos), uma vez que uma gravidez não planejada pode acarretar problemas de saúde, além de problemas sociais e de educação”, completa. 
Mousinho citou ainda um projeto semelhante realizado nos Estados Unidos que apresentou um resultado muito positivo. "O trabalho de aconselhamento contraceptivo estruturado e de educação geral da população, ocasionou na redução de 75 a 77% os casos de gravidez na adolescência. Com nosso trabalho que está sendo iniciado hoje em Indaiatuba, temos a intenção de alcançar índices aproximados. Confio plenamente na seriedade da administração de Indaiatuba para fazer que nosso projeto seja um sucesso", exclamou.
Além dos treinamentos para os médicos, multiplicadores e trabalho de educação junto à população sobre métodos contraceptivos e planejamento familiar, a empresa fornecerá ao município 20 unidades de Dispositivo Intra Uterino com liberação de hormônio (DIU Mirena®) para pacientes que optarem por este método para evitar a gravidez.
 
Dados
Em 2015 foram realizados em Indaiatuba 3.121 partos, 316 foram de adolescentes, o que representa 10,1% do total. No ano seguinte o município registrou 3.056 partos, 259 (8,5%) de adolescentes. Já em 2017 o índice apresentou pequena redução, alcançando 8,2%. Foram 260 partos do total de 3.179 neste ano.
Segundo a coordenadora técnica do projeto, Adriana Alves, pertencente à Secretaria Municipal de Governo, o Banco Mundial vai incluir este projeto em uma nova publicação que abordará a temática da gravidez na adolescência em todo o mundo. "A instituição tomou conhecimento deste projeto que estamos desenvolvendo para aplicação em Indaiatuba e o que chamou a atenção é que avaliando Ministérios da Saúde em vários países, observaram que as estratégias e políticas de prevenção de gravidez na adolescência partem sempre da esfera federal. Casos como o que estamos oficializando aqui hoje, no qual o município toma uma iniciativa para buscar uma solução são raros". E concluiu: "O Banco Mundial vai dar o apoio e acompanhar os resultados, pois buscam identificar trabalhos em nível municipal que possam ser replicados em outras cidades e regiões", explicou.