O delegado assistente do Município, Luiz Fernando Dias de Oliveira, confirmou esta semana que o veículo que se envolveu em um acidente fatal na madrugada do dia 12 de julho, participava de um “racha”. Segundo ele, o carro era conduzido por uma adolescente de 16 anos e além dela, outros jovens que estavam no veículo haviam ingerido bebidas alcoólicas.
Câmeras de segurança de um prédio próximo ao local do acidente flagraram o momento em que o veículo da vítima e um Ford Fiesta passaram em alta velocidade pelo local. O acidente aconteceu na marginal do Parque Ecológico e culminou na morte do jovem Álvaro de Freitas Martins, de 21 anos.
Em entrevista coletiva concedida na segunda-feira, dia 25, o delegado informou que as investigações sobre as causas do acidente já foram concluídas e que ficou comprovado à prática do “racha”. “Inicialmente apurávamos apenas um acidente de trânsito, onde um carro havia colidido contra um muro. No entanto, chegaram para nós informações de que o carro participava de um 'racha' e a partir de alguns depoimentos a investigação seguiu nessa linha”, disse. “Nós conseguimos algumas imagens de prédios próximos ao local do acidente e pelas imagens foi possível concluir, ao nosso entendimento, que realmente ocorreu a prática do ‘racha’.”
O delegado explicou que, pelas imagens, foi possível observar que o carro da vítima e o Ford Fiesta estavam em velocidade muito superior aos demais veículos que passavam pela via. Outro indício se deve à proximidade em que os dois carros trafegavam, o que leva a crer que ambos estavam em disputa. Além disso, o Ford Fiesta estava com as luzes do pisca alerta ligadas e segundo o delegado, quem pratica esta ação utiliza deste sinal para chamar o integrante de outros carros para a corrida.
As investigações da Polícia Civil também concluíram que tanto a adolescente que conduzia o carro quanto os outros integrantes do veículo, haviam ingerido bebidas alcóolicas. Segundo o delegado, mesmo com a conclusão do inquérito e a confirmação do racha, a adolescente não será indiciada e o crime será qualificado como ato infracional. “Segundo nossas informações, a jovem pediu para dirigir o carro, que pertencia a Álvaro. No entanto, no direito penal não existe compensação de culpa, ou seja, não tem como atribuir nenhum tipo de crime à vítima falecida”, explica.
O motorista do outro veículo, que participava do 'racha', será novamente chamado para depor e se comprovada a sua participação, poderá responder pelo crime, porém de acordo com a lei não há prisão para este tipo de ação.
Com a conclusão do inquérito sobre o acidente, a Polícia Civil inicia agora as investigações sobre a atuação da Polícia Militar no atendimento à ocorrência. “Iremos chamar todos os policiais que se atenderam de alguma forma esse acidente, para entender quem se omitiu e o que realmente houve naquela madrugada”, disse o delegado.
Relembre
O acidente aconteceu na madrugada de sábado, dia 12, na Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, na marginal do Parque Ecológico. Por volta das 5h30, um primeiro Boletim de Ocorrência foi registrado e de acordo com o PM que atendeu a ocorrência, no local não havia testemunhas nem o veículo e que apenas o resgate foi chamado para a condução Álvaro de Freitas Martins até o Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc).
No entanto, informações davam conta que o jovem estava em um veículo com outras cinco pessoas, e conduzido por uma adolescente de 16 anos. Além disso, o grupo estaria participando de um “racha” no momento do acidente. Dias depois da ocorrência, a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o ocorrido.
A morte do jovem foi anunciada quatro dias depois pela assessoria de imprensa do hospital, que informou também ainda que a família optou por doar alguns dos órgãos do estudante.
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