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Pesquisa aponta que 70% dos brasileiros não possuem plano de saúde particular

Percentual ainda maior entre as pessoas das classes C, D e E

 Publicado em  25/02/2018 às 09h00  atualizado em 25/02/2018 às 13h53 - Brasil  Saúde


Um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com 1.500 consumidores das capitais do país revela que 70% dos brasileiros não possuem plano de saúde particular, seja ele individual ou empresarial. A pesquisa ainda  mostra que o percentual ainda é maior entre as pessoas de classes C, D e E, que corresponde a 77%.
Como é o caso da doméstica, Leila Helena Batista, 42 anos. Nem ela, nem seu marido e nem seus filhos possuem plano de saúde. “Na verdade a gente nunca teve, pois é um custo muito alto pra nós”, disse. “É claro que se eu tivesse como pagar com certeza teria, pois está muito difícil o atendimento no SUS”, conta.
Já no caso da dona de casa Giovana Massucato, 37 anos, a história é diferente. Durante anos pode contar com o seu plano de saúde, porém há dois anos ela teve que abrir mão para poder manter as contas em dia. “Foi muito difícil deixar de ter um plano de saúde, afinal não sabemos quando iremos precisar, porém eu não tinha como manter minhas contas com um valor tal alto que o plano de saúde cobrava de mim e de minha família”, desabafa.
E a história se repete com milhares de brasileiros que não conseguem manter o pagamento de um plano de saúde. Devido a isso o Instituto Ibope buscou investigar o impacto dos gastos com saúde no orçamento do consumidor brasileiro. De acordo com o estudo, quando essas pessoas precisam de algum atendimento, 25% alegam utilizar o Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante, 25%, arca com dinheiro do próprio bolso para pagar pelos serviços necessários.
Entre quem paga o plano individual (11%), a média de valor gasto mensal é de R$ 439,54. Considerando tanto quem paga o plano quanto quem tem o plano pago por terceiros (6%), quatro em cada dez entrevistados (42%) escolheram pelo preço acessível, seguido pela qualidade dos hospitais e clínicas oferecidos (33%) e recomendação de outras pessoas (22%).
“Os dados mostram que o plano de saúde é considerado uma prioridade para grande parte de seus usuários. É um serviço de primeira necessidade,
Relacionado aos cuidados de um bem maior, que é a vida. É tanto que a taxa de inadimplência declarada é baixíssima”, afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. “A pesquisa mostra que 97% dos entrevistados estão com os pagamentos de suas mensalidades em dia”, revela.
Segundo o estudo, 73% das pessoas que possuem planos de saúde particular e pagam individualmente acompanham os reajustes de valores e 51% acham que esse reajuste é abusivo. O educador financeiro explica que os limites para reajustes anuais são estipulados pela tabela da ANS, a Agência Nacional de Saúde, responsável pela fiscalização do setor. “Sempre que um plano sofrer reajustes acima deste limite, o consumidor deve procurar um advogado especialista e orientar-se para rever o reajuste aplicado”, orienta Vignoli.
Entre aqueles que não possuem plano de saúde atualmente, 60% nunca tiveram este tipo de serviço e entre os 39% que já tiveram no passado, 32% relatam desligamento da empresa que pagava o benefício e 25% cancelaram por não terem mais condições de pagar as mensalidades.
SUS
Considerando os entrevistados que não possuem plano de saúde particular e costumam recorrer ao SUS, é grande a insatisfação quanto ao atendimento de forma geral.
Para mais da metade dos entrevistados (56%), a saúde pública no Brasil piorou nos últimos 12 meses. Para eles, o maior receio para o futuro da saúde no Brasil é não receberem tratamento adequado caso adoeçam (66%), seguido da piora da qualidade do atendimento médico (59%).
A dona de casa, Carla Alessandra Sampaio, 39 anos, disse que insatisfação com a saúde pública é grande. “A gente vai muito na sorte. Depende muito do dia, do médico que irá atender”, conta. “Tem dia que eu sou muito bem atendida pelo médico que praticamente me vira do avesso pra me consultar e buscar resposta para meu problema de saúde. Já outros mal olham pra sua cara e te tratam como número e não como um caso particular”, desabafa. “Além de exames que na maioria das vezes demora dias e até meses”, finaliza.
 

Por Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil

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