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Pandemia aumenta os casos de depressão infantil e obesidade

Instituições de Indaiatuba não têm números oficiais ainda, mas profissionais e clínicas observam crescimento e fazem alerta

 Publicado em  03/07/2021 às 17h59  Indaiatuba  Comportamento


Pelo menos uma criança entre 2 e 9 anos em cada cinco já apresenta ou vai apresentar um episódio depressivo

Pelo menos uma criança entre 2 e 9 anos em cada cinco já apresenta ou vai apresentar um episódio depressivo
Foto: Divulgação

Eloy de Oliveira
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Pelo menos uma criança entre 2 e 9 anos em cada cinco já apresenta ou vai apresentar um episódio depressivo, segundo profissionais da área, ouvidos pelo jornal Mais Expressão.

O quadro se agravou com a pandemia pelo isolamento social e aumento do convívio familiar, que, em muitos casos, é hostil para o desenvolvimento psicológico da criança.

Históricos de alcoolismo, problemas financeiros e conjugais, mudança de casa e escola e a cobrança exagerada sobre a criança são os principais fatores desencadeantes.

Luto pega

A psicóloga kátia Guazzi, especializada em terapia comportamental, que atua há 26 anos, diz que fatores como luto por entes queridos, muito observado agora, também influenciam.

“É difícil administrar perdas, sobretudo para crianças que ainda não desenvolveram as suas emoções, e pior: estar cercado por essas perdas, que incluem amigos, coleguinhas e conhecidos”.

A Prefeitura também identificou aumento de atendimentos de crianças e adolescentes com quadros depressivos e ansiosos: de abril de 2020 a abril deste ano foram 399 novos casos.

Há ainda o fato de que os casos que já estavam em acompanhamento (718 depressivos e 338 ansiosos) se agravaram e teve um aumento de tentativa de suicídio.

A Secretaria de Saúde do município revela que os casos de tentativas de suicídios com adolescentes envolvem instrumentos cortantes, o que também preocupa pela facilidade.

O governo municipal mantém unidades de acolhimento diário e de atendimentos de pacientes em crise e acompanha a progressão do problema com mais atenção.

Os especialistas alertam que é preciso atenção redobrada dos pais, que devem observar o comportamento da criança e procurar ajuda da psicoterapia infantil.

Segundo a Prefeitura, a rede municipal atende os casos por meio das UBSs e dos CAPs infantis e há ainda atendimento disponível em clínicas particulares, com convênio ou particular.

Obesidade

Os casos de obesidade também cresceram por conta da pandemia. Kátia Aparecida Precoma, psicóloga com 15 anos de atuação, disse que a doença já tinha status de epidemia.

De acordo com ela, 9,4% das meninas e 12,4% dos meninos são considerados obesos hoje, conforme os critérios adotados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

A Prefeitura e o governo do Estado não apresentaram números oficiais, mas os profissionais dizem que Indaiatuba não tem comportamento diferente do resto do país.

A doença está associada ao sedentarismo, agravado com a pandemia, e também a fatores genéticos e hormonais, além de alimentação desbalanceada e baixa autoestima.

Gravidade

A obesidade é mais perigosa ainda que a depressão infantil, pois atinge desde bebês até crianças com 12 anos e pode desencadear outras várias doenças, até mesmo a depressão.

Kátia Precoma disse que entre as principais doenças desencadeadas estão a diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e até a má-formação do esqueleto da criança.

A saída para o problema, mesmo na pandemia, é a mudança de hábitos, o que exige um esforço alongado dos pais ou cuidadores, sobretudo neste momento de pandemia.

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  • Pelo menos uma criança entre 2 e 9 anos em cada cinco já apresenta ou vai apresentar um episódio depressivo

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