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O Escândalo debate abuso e brilha com protagonistas

Margot Robbie, Charlize Theron e Nicole Kidman garantem êxito do longa

 Publicado em  24/01/2020 às 09h00  Indaiatuba  Cultura e lazer


É até irônico não aparecer o nome de Adam McKay (Vice) nos créditos finais de O Escândalo. Durante a sessão, a cada piadinha fora de hora, me vinha à minha cabeça: “tenho certeza que o McKay está envolvido nisso”. Não está, mas parece que está fazendo escola. Ao menos em seus filmes, McKay brinca com temas políticos e econômicos em narrativas didáticas que podem ou não funcionar com cada espectador.

Em O Escândalo, o diretor Jay Roach, de Austin Powers, parece ser um aprendiz de McKay, ávido por tiradas sarcásticas, cortes bruscos, quebra da quarta parede e uma montagem ao estilo de esquetes de The Office. Não combina.

Um tema tão pesado quanto os casos de abuso sexual sofridos por funcionárias da Fox News pelo então CEO Roger Ailes merecia maior respeito e cuidado do roteirista Charles Randolph e do diretor, sedento pelos closes nas pernas e em poses sensuais de suas protagonistas.

Desconforto

Vislumbro uma tentativa de gerar desconforto no espectador nesses momentos mais tensos - é horrível a cena em que a personagem de Margot Robbie (Esquadrão Suicida) se exibe para o patrão. Entretanto, os zooms emulam uma tensão típica de uma sitcom e as tiradinhas nada pertinentes de qualquer personagem secundário que está passando pelo corredor da redação trazem ao longa uma sucessão de escolhas ruins, principalmente pelo tema que aborda.

O projeto só não descamba totalmente graças ao trio de atrizes que está bem, Margot Robbie segura, Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria) capricha na postura e no tom de voz da âncora Megyn Kelly, mas é Nicole Kidman (Aquaman) quem entrega uma atuação muito mais enérgica, dada a importância de sua personagem para a explosão do tal escândalo.

Ao final, O Escândalo me lembra Green Book: uma história que aborda um tema delicado, sendo contada pelas pessoas erradas. É revoltante saber que as mulheres envolvidas no caso sequer foram procuradas pela produção. Muitas pessoas vão assistir, se entreter e discutir os abusos da Fox News, e isso é bom, ponto positivo para o filme. No entanto, poderia ter rendido algo muito mais incisivo, caso as escolhas fossem mais maduras e Roach não brincasse com um tema tão espinhoso. Resumindo: não dá pra tratar abuso sexual como se estivesse dirigindo um filme do Austin Powers. (Angelo Cordeiro)

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