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Museu de Salto renova exposição e inaugura iniciativa inédita na região

Nova exposição dialoga com os problemas da cidade e atrai o triplo de visitantes

 Publicado em  30/01/2015 às 10h11  Salto  Cidades


Após cinco meses, o Museu da Cidade de Salto “Ettore Liberalesso” reabriu ao público no dia 25 de janeiro e teve triplicado o número de visitantes. A novidade que tem atraído o público é a nova exposição remodelada a partir de recursos conquistados através do “Prêmio de Modernização de Museus – Microprojetos”, do IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus).

Inaugurado há 23 anos como “Museu Percurso”, essa foi a primeira vez que o Museu teve a exposição alterada. “Compõe a exposição novos recursos como o aplicativo para a consulta dos registros de estrangeiros, utilização de recursos audiovisuais para mostrar a história do esporte, dos maestros e do movimento negro na cidade”, conta o Coordenador do Museu, Rafael José Barbi.

Segundo ele, a iniciativa coloca o Museu da Cidade de Salto em posição de destaque na região por ser único que se propõe a discutir os problemas da cidade através da exposição. “A nova exposição dá essa possibilidade porque contém referências a fatos como o favelamento provocado pela imigração, o surgimento dos primeiros bairros populares entre outras coisas”, explica Barbi. “Sem dúvida alguma, isso aproxima a história das experiências de vida das pessoas e acaba gerando mais interesse sobre as informações que o Museu traz”, completa.

 

O prêmio de R$ 20 mil do IBRAM e R$ 4 mil de contrapartida da Prefeitura da Estância Turística de Salto proporcionou que fossem empregados recursos audiovisuais, expografia, estruturas de gesso e a estruturação da exposição permanente que em duas décadas de fundação, não havia sido modificada.

Segundo Rafael está é uma das novidades em relação a utilização do acervo, pois é   a primeira vez que é exposto dentro do Museu depoimentos que compõem o Banco de História Oral da instituição. Esses depoimentos podem ser vistos no nicho dedicado ao Clube José do Patrocínio e que, também, discute momentos do movimento negro em Salto.

Com este recurso audiovisual, os visitantes também terão acesso a documentos como: os registros de estrangeiro, livros do cemitério e o código de posturas municipais de 1897.

Além disso, a exposição é composta por fotos, objetos e textos que trazem aspectos da história local, criando um panorama de todo o processo histórico que envolve a formação da cidade de Salto, desde os indígenas até os processos de industrialização que a cidade sofreu.

Outras novidades – Segundo o Coordenador Rafael, a nova exposição difere em três aspectos em relação à anterior. O primeiro é o novo discurso proposto que é não mostrar a história factual, premissa básica de museus e de pesquisadores memorialistas do século XX, mas mostrar as diversas identidades que são formadas e que, posteriormente, formam a cidade de Salto.

“O segundo aspecto, é a utilização da pesquisa histórica para desconstruir ideias cristalizadas no imaginário popular, para que o Museu seja um espaço de reflexão e não de verdades absolutas, sendo, inclusive, um agente social importante para o debate de questões contemporâneas”, explica Rafael.

O terceiro aspecto é relacionado à expografia, a anterior era marcada por uma grande quantidade de objetos, característica abandonada nessa nova expografia, pois foram selecionados objetos que possam ser considerados simbólicos e que representam, cada um em seus assuntos, os diversos nichos que existem no Museu. “Um exemplo dessa nova visão, foram retirados boa parte dos objetos da Brasital S.A., tais como calculadoras, máquinas de medição de fios, sendo deixado apenas o Tear, pois, simbolicamente, é o maior exemplar da vivência dentro das fábricas, do trabalho fabril e sua rotina”, conta.

“A nova exposição é dos primeiros passos para a transformação do Museu em um organismo vivo em constante diálogo com a sociedade, um agente social importante e atuante. Ela não tem como princípio ser uma verdade absoluta, mas, suscitar reflexões e transformar a instituição num espaço voltado para a cidade que o forma, discutindo questões passadas e atuais, deixando de ser um espaço estático e cristalizados das visões de mundo de alguns grupos sociais”, declara Rafael.

O Coordenador cita como um dos objetos nunca expostos e curiosos o conjunto composto pela Coroa e Faixa do Rei Momo, que pertenceu ao “Eterno” Rei Momo do Carnaval Saltense, o Chicão. 

Oficina Fontes Históricas – O Museu Cidade de Salto oferece para escolas e grupos a Oficina Fontes Históricas que é um trabalho do educativo que apresenta cinco tipos de fontes históricas para serem trabalhados: líticas, escritas, audiovisuais, iconográficas e orais. “Além da apresentação dessas fontes através de objetos que compõe o acervo do Museu, também trabalhamos com os visitantes, noções básicas sobre o que pode ou não ser incorporado ao acervo de um museu, criando uma importante discussão sobre patrimônio”, complementa Rafael.

As oficinas são realizadas, tanto no Museu quanto nas escolas, mediante agendamento no setor educativo que já está recebendo inscrições aos interessados.

O Museu da Cidade de Salto “Ettore Liberalesso” fica na Rua José Galvão, 104, Centro, Telefone: 4029-3473 e funciona de terça a domingo, das 9h às 17h

 

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