Multas por uso de celular ao volante podem crescer até 244%

Mais de R$ 577 mil, ou um aumento de 244% - isto é o que seria arrecadado por ano em Indaiatuba apenas com as multas dos infratores que usam o telefone ao dirigir se os novos preços - que entram em vigor na próxima quarta-feira, dia 1º-, já estivessem valendo. 

Em média, de acordo com o setor responsável da Prefeitura, foram 1,9 mil multas por esta infração nos últimos anos. Se for flagrado ao celular, o motorista pagava R$ 85,13. Em novembro, o descumprimento da lei passa de "médio" para "gravíssimo" e a punição chega a R$ 293,47.

As elevações nos preços serão em todos os estágios (leve, médio, grave e gravíssimo) indo entre 52% e 66%. A multa mais baixa, antes em R$ 52,20, passa para R$ 88,38% - indo até R$ 293,47. Dependendo da reincidência na infração, o total a ser pago é multiplicado por dez (veja os novos valores no box).

Para o secretário municipal de Obras e Vias Públicas, o aumento nas multas pode refletir no comportamento do motorista. "Infelizmente a maioria dos brasileiros têm essa cultura de precisar sentir no bolso para mudar as atitudes", analisa. "Temos características de uma cidade que está em desenvolvimento, apresentando alguns pontos de lentidão em horários de pico, mas nada preocupante", afirma. 

Até o dia 20 deste mês, foram emitidas mais de 35,2 mil multas na cidade em 2016. As "campeãs" são excesso de velocidade superior em até 20% ao permitido na via, avançar o sinal vermelho e excesso de velocidade superior a 20% a 50% permitido na via.

Nos últimos anos, o total de infrações vem caindo, mas a tendência é que elas aumentem se a fiscalização por câmeras de segurança entrar em vigor. Atualmente, de acordo com a Prefeitura, são 230 agentes municipais trabalhando nesta função. As multas via câmeras, ainda segundo o departamento municipal, ainda não começaram e não há previsão para implantação. Uma segunda lombada eletrônica - como já há na marginal inversa à Prefeitura, ainda não tem previsão de instalação.

Carro com som alto pode ser autuado sem o uso do decibelímetro

Outra mudança na punição às infrações de trânsito está na possibilidade de multar carros com som alto sem a necessidade de decibelímetro. De acordo com a Prefeitura, no ano passado foram 144 autuações. Neste ano, até agora, foram 70. 

A cidade não aplica a punição com base no Código Brasileiro de Trânsito, mas baseada na "Lei do Silêncio", aprovada em 2014 na Câmara  - já autorizando os agentes a multar sem necessidade de equipamento específico e medição de decibéis.

"Eu nunca levei essa multa, mas conheço amigos que já", conta Allan Nunes - que tem som de competição no carro. O jovem participa do grupo "Pregados Indaiatuba", com mais de seis mil curtidas no Facebook. O movimento reúne jovens que gostam de carros rebaixados e com som. O líder do grupo, Bruno Paulo, afirma que já participou de reuniões com o prefeito licenciado, Reinaldo Nogueira (PMDB), e com o prefeito eleito, Nilson Gaspar (PMDB). 

"Nós vamos fazer um projeto de um local para que nós possamos nos reunir", afirma. "Faremos uma associação para cuidar disso", conta. Durante a campanha eleitoral deste ano, Nogueira prometeu em vídeo que haveria um local para os jovens com som automotivo se reunirem sem problemas com moradores como acontecia no estacionamento do Parque Ecológico. A Prefeitura disse que a construção ainda está em estudo e o prefeito eleito preferiu não se manifestar. 

Aumento nas multas

- Leves (estacionar sobre a faixa de pedestres): de R$ 53,20 (+66%) para R$ 88,38;
- Médias (parar por falta de combustível): de R$ 85,13 (+52%) para R$ 130,16;
- Graves (não usar cinto de segurança): de R$ 127,69 (+52%) para R$ 195,23;
- Gravíssimas (disputar racha): de R$ 191,54 (+53%) para 293,47; 

Infrações em Indaiatuba

2014 - 48.881 multas
2015 - 42.021 multas
2016 - 35.203 multas* 

*até 20 de outubro