Moradores da zona rural serão os primeiros a receber vacina contra a febre amarela

O Ministério da Saúde incluiu na última segunda-feira, dia 10, Indaiatuba na lista de municípios com recomendação da vacina contra a febre amarela. A ação que funcionará em esquema de prioridade, atenderá em sua primeira fase apenas a zona rural da cidade, por ser região de mata. 

A imunização acontece neste sábado, dia 15, das 8h às 17 horas e devem ser vacinadas cerca de 2 mil pessoas, moradores da região do Recreio Campestre Internacional de Viracopos e Parque das Bandeiras. 

Para a ação que acontece sábado foram solicitadas cinco mil doses e a vacinação será realizada por cinco equipes da Secretaria Municipal de Saúde que são formadas por um médico infectologista, um enfermeiro, um técnico em enfermagem, dois agentes comunitários, dando um total de 30 pessoas. 

“A vacinação têm início no sábado, porém ela se estende durante toda a semana”, ressalta a secretária-adjunta da Secretaria Municipal da Saúde, Graziela Drigo Bossolan Garcia. “Iremos imunizar toda a população de Indaiatuba. Porém, num primeiro momento, a zona rural é a nossa prioridade por estar situada na zona de mata.”

A medida veio após a confirmação da morte de três pessoas pela doença nos munícipios de Amparo, Monte Alegre do Sul e Paulínia, além da morte de 17 macacos em Amparo, Monte Alegre do Sul, Campinas, Socorro e Tuiuti. 

De acordo com a secretária-adjunta, atualmente Indaiatuba é considerada uma zona ampliada e não afetada. “No munícipio não foi registrado nenhum caso de febre amarela, por isso a população pode ficar tranquila. A inclusão da cidade se deve ao fato de Indaiatuba fazer divisa com cidades que tiveram confirmação de caso em pessoas ou em primatas”, esclarece.

Graziela informa ainda que no dia 30 de março, dois primatas da espécie mico sagui de tufo preto, foram encontrados mortos na região do bairro Helvetia e foram realizados autopsia para saber o motivo da morte.

O exame foi encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz onde apresentou resultado negativo para a doença. “Os macacos tinham sinais de atropelamento, porém seguimos recomendação do Ministério onde a ordem é realizar autopsia nos primatas encontrados mortos”, revela.

Graziela alerta ainda para a população não temer os primatas. “Os animais são sentinelas e são extremamente importantes para a detecção da doença. É importante ressaltar que os macacos não transmitem a doença”, esclarece.

A ação realizada no munícipio segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de realizar a vacinação preventiva. Além de Indaiatuba outras 19 cidades da região fazem parte da lista. São elas: Águas de Lindoia, Amparo, Campinas, Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi, Hortolândia, Itapira, Jaguariúna, Lindóia, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Monte Alegre do Sul, Monte Mor, Morungaba, Paulínia, Pedra Bela, Pedreira, Pinhalzinho, Santo Antônio do Jardim, Santo Antônio de Posse, Serra Negra, Socorro, Sumaré, Tuiuti, Valinhos e Vinhedo. 

Pessoas que irão viajar para áreas de risco devem fazer agendamento
Após toda a região rural estar imunizada, a ação de vacinação preventiva se estenderá para a zona urbana dando prioridade para os bairros mais populosos. “Iremos trabalhar conforme planejamento. Se as prioridades forem respeitadas não faltará vacina na cidade”, afirma Graziela. 

As pessoas que precisam se imunizar para viajar nas áreas confirmadas com casos da doença devem procurar o Hospital Dia ou a Unidade de Saúde Básica (UBS 7), localizado no Jardim Kioto I, e realizar pessoalmente o agendamento. No dia, a pessoa deve estar munida com um documento oficial com foto, carteira de vacinação, comprovante de que irá viajar e preencher um questionário.

Segundo Graziela, o Ministério da Saúde recomendou dose única para imunização contra a febre amarela. “Uma única dose protege para a vida toda”, garante. 

Podem e devem ser vacinados as pessoas que vivem ou pretendem viajar para regiões com risco da doença, quem nunca recebeu nenhuma dose da vacina e bebês acima de 9 meses. Idosos também podem ser vacinados desde que não tenham nenhuma contra indicação. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina para pessoas com doenças que baixam a imunidade – como lúpus, câncer e HIV –, nem para grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.

Este ano já foram imunizadas 2.532 pessoas contra a febre amarela no município. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença é transmitida por mosquitos transmissores e não há transmissão direta de uma pessoa infectada para outra pessoa. Também é comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus. 

Os sintomas mais comuns são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas forma mais graves da doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele amarelados), insuficiência hepática e renal, manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.