Justiça liberta indaiatubano contratado para assassinar moradora de Itu

A Justiça mandou soltar na última sexta-feira, dia 17, o morador local que confessou ter sido contratado para matar uma moradora de Itu, no dia 25 de junho. O homem desistiu do crime e depois de preso, contou aos investigadores que o próprio marido da vítima havia sido o mandante do assassinato. O companheiro da vítima e o amigo que foi incumbido de contratar os matadores também foram soltos.

A notícia foi divulgada na edição passada do Mais Expressão, que informou que o esposo pagou cerca de R$ 10 mil pelo assassinato. Outros dois homens contratados para cometerem o crime ainda estão foragidos.

Os três acusados foram libertados por que terminou o prazo da prisão temporária de cinco dias, expedido pela Justiça. De acordo com a Polícia Civil de Itu, foi solicitada a prisão pelos crimes de tentativa de homicídio, sequestro e formação de quadrilha.

Porém a Justiça entendeu que não se encaixava a acusação de tentativa de homicídio e por isso só expediu a prisão pelo período de cinco dias. O prazo terminou na última sexta-feira e o trio foi liberado. No dia seguinte, a Polícia entrou com um pedido de prisão preventiva, mas até o momento a Justiça não respondeu à solicitação.

De acordo com os policiais, o companheiro da mulher teria acertado com um amigo, que reside na cidade de Salto, para que ele contratasse três executores, sendo um deles de Indaiatuba, para sequestrar e matar a esposa.

Em um áudio divulgado pela Polícia, o marido avisa os homens da saída da companheira. “Vai sair por volta das 19 horas, manda ficar em alerta”, disse o marido da vítima, ao qual o executor responde. “Finaliza hoje, o jato está na mão.”

Caso

A mulher, residente em Itu, foi sequestrada no dia 25 de junho pelos três homens, após o marido simular um defeito no veículo quando a esposa saia da academia. “O marido da vítima estava em outro carro, bem próximo ao local no momento do sequestro, inclusive com o filho do casal, de quatro anos de idade. A criança viu tudo e até falou para o pai: “Olha, estão levando a mamãe”. Mas ele [o pai] disse que ele era fraco e não podia fazer nada", explica o delegado titular de Itu, Nicolau Santarém, durante coletiva de imprensa, que contou com a presença do delegado seccional de Sorocaba, Marcelo Carriel, além do delegado titular, Fábio Martelini.

De acordo com a Polícia, a vítima foi rendida e mantida refém em um terreno baldio na divisa de Salto e Indaiatuba, por aproximadamente seis horas.

Durante o sequestro, o marido estava com os pais da vítima, alegando o desaparecimento da esposa.

Na madrugada do mesmo dia, um dos executores, morador de Indaiatuba, e que mantinha a vítima refém, chegou a receber uma ligação do marido autorizando o assassinato. Porém, acabou desistindo do plano e decidiu libertá-la, sem o consentimento dos comparsas.

Ainda em entrevista coletiva, o delegado informou que em depoimento o executor contou que aproveitou o momento em que ficou sozinho com a mulher para chamar um taxi e mandá-la de volta para casa.

A vítima voltou para a residência da irmã e no dia seguinte foi à delegacia denunciar o crime. A Polícia Civil começou então as investigações e, através de uma conversa do marido no aplicativo WhatsApp, confirmou a intenção do marido de matar a esposa.

O homem foi preso após a obtenção das conversas, assim como o executor que mora em Indaiatuba, que confirmou todo o plano, e o amigo que teria contratado os assassinos.

O caso corre em segredo de Justiça e por isso as identidades dos envolvidos não foram divulgadas.