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Julgamento de PMs acusados de chacina em SP prossegue hoje

A partir das 10h, com a fase de debates do Ministério Público e dos advogados de defesa dos réus.

 Publicado em  21/09/2017 às 10h18  São Paulo Capital  Cidades


O julgamento dos policiais militares e do guarda civil acusados de serem responsáveis por uma das maiores chacinas no estado de São Paulo, em 2015, continua nesta quinta-feira (21), a partir das 10h, com a fase de debates do Ministério Público e dos advogados de defesa dos réus.

Cada um deles terá três horas para falar e tentar convencer os jurados sobre a condenação ou inocência dos réus. Depois disso, já na sexta-feira (22), haverá espaço para as réplicas e tréplicas, com duas horas de duração cada uma. Ainda na sexta-feira, o Conselho de Sentença, formado por sete jurados, se reúne para discutir o destino dos réus. O julgamento ocorre no Fórum de Osasco, na Grande São Paulo.

Os policiais militares acusados são Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain. Segundo o Ministério Público, eles teriam feito os disparos que mataram 17 pessoas, deixando outras sete feridas nas cidades de Osasco e Barueri, no dia 13 de agosto de 2015. Os PMs vão responder pelas 17 mortes e pelas sete tentativas de homicídio. Eles estão presos desde o início das investigações, assim como o guarda civil Sérgio Manhanhã.

Duas horas

Os assassinatos aconteceram em um intervalo de aproximadamente duas horas. Eleutério e o policial Thiago Barbosa Henklain respondem por todas as mortes, enquanto o guarda civil Sérgio Manhanhã, que teria atuado para desviar viaturas dos locais onde os crimes aconteceram, foi denunciado por 11 mortes. Um quarto acusado recorreu da sentença de pronúncia e seu julgamento ainda não tem data definida.

Os assassinatos teriam ocorrido, segundo a acusação, como forma de vingança pelas mortes do policial militar Admilson Pereira de Oliveira, baleado ao reagir a um assalto a um posto de gasolina onde fazia “bico” como segurança, e do guarda civil de Barueri Jeferson Luiz Rodrigues da Silva, morto também após reagir a um assalto.

Nesta quarta-feira (20), os três réus foram interrogados pela juíza Élia Kinosita Bulman e alegaram inocência. Também foram ouvidas, antes deles, oito testemunhas de defesa, duas delas ainda pela manhã, de forma protegida. No total, 21 pessoas foram ouvidas como testemunhas desde segunda-feira, quando o julgamento teve início: nove delas de defesa.

Durante os depoimentos das testemunhas de defesa ocorridos ontem, os advogados dos réus pediram para que as testemunhas olhassem para os jurados para falar. Uma delas, inclusive, é um policial militar que ficou preso no Presídio Militar Romão Gomes acusado de ter participado da mesma chacina.

A juíza foi informada sobre o desconforto dos jurados serem encarados pelas testemunhas e, na terceira vez que o advogado pediu para que isso ocorresse, foi repreendido pela juíza.

Na saída do fórum, após o interrogatório dos réus, o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira e o advogado do guarda civil, Abelardo Julio da Rocha, falaram sobre o constrangimento dos jurados por serem encarados pelas testemunhas de defesa.

“Quando o advogado pediu a um sargento, que chegou a ser preso por este processo, para olhar para os jurados, vários deles abaixaram a cabeça. A informação que tive é que isso denotou um certo temor e isso evidentemente nos traz um certo receio de que o resultado seja alterado ou influenciado por este fato”, disse Oliveira.

O advogado de defesa do guarda civil, por sua vez, disse que sua intenção, ao pedir que algumas das testemunhas olhassem para os jurados, era para que eles vissem a expressão no rosto da testemunha. “A insistência da defesa para que ele olhe para os jurados é para que eles analisem a expressão facial da testemunha. Nós, seres humanos, temos necessidade de avaliar também a expressão facial. Isso ajuda muito”, contou Rocha.

Para o advogado, a estratégia utilizada pela defesa, de fazer com que as testemunhas olhassem para os sete jurados, não era para amedrontá-las. “Imagino que a repercussão do caso acabou gerando, nas pessoas que compõem o Conselho de Sentença, um certo sentimento de insegurança que não se justifica, mas que nós temos que respeitar. Mas é a complexidade do caso. Lembrem-se que estamos aqui julgando a maior chacina das últimas décadas ocorrida em São Paulo. Isso não é qualquer coisa. Então, é natural que alguém no Conselho de Sentença se sinta intimidado”, explicou.

O promotor também comentou sobre o fato dele ter praticamente entregado, durante uma pergunta ao réu Henklain, quem seria a testemunha protegida que disse tê-lo visto discutindo com a esposa porque ela teria o reconhecido como um dos assassinos por imagens na TV. “Acho que nem todos concluíram isso [quem era a testemunha]. Eu tinha de perguntar isso”, falou.
 
Fase de debates


O promotor disse que no debate nesta quinta-feira, durante o julgamento, vai tentar ser provar aos jurados que eles não precisam temer condenar os policiais pelos crimes.

“Vou tentar fazê-los ver a responsabilidade que recai sobre eles em termos até de dever cívico porque a impunidade é causa dessas chacinas que, infelizmente, ocorrem com frequência nessa região. Vou tentar fazê-los compreender que é muito difícil, e eu nunca vi na minha vida, que condenados persigam os juízes ou jurados que reconhecem culpas”, disse ele.

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