Publicado em 19/07/2018 às 11h13 Internacional Variedades
Moisés Rabinovici*
Israel agora é, por lei, “a pátria histórica do povo judeu”, com “direito exclusivo à autodeterminação nacional no país”. A lei foi aprovada por 62 deputados contra 55 e duas abstenções, após tumultuada sessão de mais de oito horas no parlamento israelense.
Deputados árabes, que representam 20% da população, o equivalente a 9 milhões de habitantes, jogaram no chão o texto da lei, em protesto. Ayman Odeh, um dos que reagiram, protestou: “Israel não nos quer aqui e está nos dizendo que seremos sempre cidadãos de segunda classe”.
Pela lei, o árabe deixa de ser uma das duas línguas oficiais do País, rebaixada a um status especial, e fica só o hebraico. Uma lei anterior, proclamando Jerusalém unida capital eterna do povo judeu, foi incorporada à nova lei.
O grupo judeu Paz Agora protestou agitando uma bandeira preta no Parlamento. O líder da oposição, Isaac Herzog, perguntou se a nova lei vai prejudicar ou beneficiar Israel. “A história vai responder”, disse.
O presidente e fundador da J Street, Jeremy Bem-Ami, criticou duramente a lei Estado-Nação, dizendo que ela passa a mensagem de que as comunidades árabe, LGBT e outras minorias nunca obterão plena cidadania.
O primeiro-ministro Netanyahu comemorou: “Este é um momento definidor. Longa vida ao estado de Israel!” Ao sair do Parlamento, ele foi confrontado por dois deputados árabes, Ahmed Tibi e Ayeda Touma-Souliman, que gritavam: “Você aprovou uma lei de apartheid, uma lei racista”. Ele reagiu: “Como vocês ousam falar dessa maneira sobre a única democracia no Oriente Médio?”
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