Publicado em 14/11/2020 às 00h58 atualizado em 14/11/2020 às 01h10 - Indaiatuba Saúde
Sem cura, doença deve ser monitorada com frequência
Foto: Arquivo pessoal - Associação de Diabetes Sempre Amigos
Jean Martins
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O Dia Mundial do Diabetes, “celebrado” neste sábado (18), traz uma mensagem de conscientização não somente para o mundo em geral, mas também especificamente para Indaiatuba.
De acordo com a Associação de Diabetes Sempre Amigos, que atua com portadores da doença na cidade, a estimativa atual é que o município tenha entre 20 e 23 mil portadores da diabetes, sendo 90% tipo 2 e 10% tipo 1 (quando já nasce com a doença).
A média é calculada conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que calcula que em média 8 a 10 % da população no mundo é diabética.
Se os números em si já são preocupantes, fica um pouco quando o assunto é paciente sem diagnósticos da doença. A Sempre Amigos estima que o número atual de portadores em Indaiatuba pode ser até 40% maior, isso porque muitos moradores locais são diabéticos, mas ainda não sabem.
Considerada uma das doenças que mais mata no mundo e, por não ter cura, seu diagnóstico precoce torna-se essencial para o acompanhamento e tratamento mais assertivo.
“Atualmente a maior dificuldade enfrentada pelo portador de diabetes é a falta de um programa que classifique o grau de risco da doença em cada paciente. Um programa que seja educacional, eficaz, porque infelizmente distribuir medicamentos não resolve a situação dos diabéticos”, salienta o presidente da Sempre Amigos, Edvaldo Apolinário, conhecido como Didi.
Como se não bastasse todas as dificuldades, a pandemia trouxe mais obstáculos aos diabéticos.
“Ainda não é possível saber as ‘sequelas’ causada pela Covid-19. O que se sabe é que houve um número excessivo de diabéticos infectados e, com base em dados divulgados pela mídia, 30% das mortes causadas pelo novo coronavírus tinha um diabético como vítima”, lamenta.
A pandemia também foi responsável por adiar o projeto Diabetes no Controle, desenvolvido em parceria entre a Sempre a Amigos e a Unimax, e que oferecia aos pacientes com diabetes em Indaiatuba, de forma gratuita, acompanhamento físico, clínico, psicológico e nutricional.
Também diferente dos anos anteriores, a Associação não promoverá nenhuma evento pra marcar a data. Haverá apenas neste sábado, um encontro formal, no Parque Ecológico, com membros da Sempre Amigos e Lions Clube de Indaiatuba.
Situação no Brasil é ainda mais preocupante
Mais de 9 milhões de pessoas no Brasil foram diagnosticadas com diabetes, de acordo com último levantamento Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE.
Provocado pela ausência ou resistência à ação da insulina (hormônio que garante o aproveitamento da glicose como energia para o corpo humano), o mal pode atingir mais de 642 milhões de pessoas no mundo até 2040, segundo relatório da IDF (International Diabetes Federation), que destaca ainda para outra triste realidade: o Brasil já aparece em terceiro lugar no ranking global de casos entre crianças e adolescentes (SEM E) até os 15 anos.
Os dados da IDF apontam ainda que há mais de 98 mil pacientes dessa faixa etária diagnosticados com diabetes tipo 1 todos os anos no País. Por isso, combater a doença é tão urgente que a causa ganhou até uma data: 14 de novembro, o Dia Mundial do Diabetes. "É um dia de alerta para os cuidados que devem ser adotados o ano inteiro", orienta a médica endocrinologista do Grupo Sabin, Talita Cordeschi.
De acordo com a especialista, tão fundamental quanto se alimentar bem e manter hábitos de vida mais saudáveis, é não abrir mão da rotina de exames para detecção precoce e sucesso do tratamento da doença.
"Se observarmos os números recentes do Ministério da Saúde, podemos reforçar a importância de detectar precocemente o diabetes e fazer o acompanhamento adequado para se prevenir contra as complicações da doença. O SUS realizou, de janeiro a agosto deste ano, mais de 10 mil amputações de membros inferiores, em decorrência de diabetes. Isso sem falar na temida retinopatia diabética, que hoje é a principal causa de cegueira em adultos. O diabetes tipo 2 é uma doença grave e silenciosa, mas é possível fazer um acompanhamento correto, para evitar o agravamento dela e até mesmo a morte", orienta.
A assistência médica contínua, associada às estratégias de combate aos fatores de riscos, ajudam na jornada do paciente. "Estamos falando de estratégias que vão além do controle glicêmico. O diabetes está inserido em um grupo de várias doenças metabólicas e apresenta sintomas que podem ser facilmente confundidos com outros problemas de saúde. Por isso, reiteramos a importância dos exames para observar corretamente os níveis de açúcar no sangue, por meio dos testes de glicemia. "Exames das taxas de hemoglobina glicada também auxiliam no diagnóstico e principalmente no acompanhamento e sucesso no tratamento. "Apenas uma amostra de sangue pode ser o sinônimo do diagnóstico correto", conclui.
Investimento
No início deste mês, o Ministério da Saúde anunciou o envio de mais de R﹩ 221 milhões para aumentar os cuidados e o atendimento precoce às pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) no Sistema Único de Saúde (SUS) durante o combate à Covid-19, na tentativa de fortalecer o atendimento na Atenção Primária em Saúde (APS) para portadores de diabetes, hipertensão arterial sistêmica e obesidade.
Os recursos também são voltados para prevenção da transmissão do coronavírus e priorização do atendimento para esses pacientes, por conta do risco maior de agravamento de sintomas da doença e do aumento das chances de complicações.
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