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Espetáculo japonês de dança sobre a obra de Tatsumi Hijikata estreia no Sesc Avenida Paulista

Baseado na última obra do pioneiro do butô "A Dançarina Doente" conduz espectador por labirinto de palavras inquietante em curtíssima temporada

 Publicado em  14/08/2018 às 14h41  São Paulo Capital  Cultura e lazer


Os dançarinos Tomomi Tanabe e Takao Kawaguchi realizam no Sesc Avenida Paulista a estreia nacional do espetáculo A Dançarina Doente, no dia 14 de agosto, terça às 21h, em curtíssima temporada. Os japoneses dissecam os textos de Yameru Maihime (Dançarina Doente), livro de Tatsumi Hijikata, considerado um dos pilares do butô. Em cena, os dois artistas exploram o universo construído no último escrito de Hijikata, que neste livro-perfomance faz um relato nebuloso de suas memórias.

O ESPETÁCULO

No espetáculo os dois exploradores, utilizando a palavra "tatami" como sua bússola, e viajam por entre as "lições da princesa doente e fraca", levando o espectador às "trevas do outro lado que ninguém conhece, um começo ou uma ressurreição". No Japão, o "tatami" é um tipo de módulo que define o tamanho de uma sala e, ao mesmo tempo, a menor unidade de espaço privado. Os dois artistas cuidadosamente examinam isso por seus próprios métodos - a mulher persistentemente segurando seu pequeno território, o homem o expandindo para o lado de fora.

Tanabe, participou das sessoÌ?es de treinamento de Hijikata na década de 1980, e ouviu do coreógrafo e performer a seguinte frase: "Mantenha esse medo na gaiola dentro de você e cuide muito bem dele". Influenciada pelos ensinamentos do performer e coreógrafo japonês, a dançarina de butô convidou, décadas mais tarde, o artista Takao Kawaguchi para se juntar a ela no projeto de explorar a obra de Hijikata.

O ELENCO

TOMOMI TANABE (butoh-ka)

Dançarina de butô e parteira, em fevereiro de 1985 Tanabe participou das sessoÌ?es de treinamento de Hijikata. Estreou com a performance solo "Epsilo", em maio de 1985, em Saramukan. Ela estudou com Kunishi Kamiryo e Masahide Ohmori. A partir de 1997, ela continuou com sua série solo de performance "Fishbowl". Ela se apresentou em Hakushu, em trabalhos de Masaki Iwana, Kota Yamazaki, Masahiko Akuta, dentre outros. Em 2012, juntamente com Takao Kawaguchi, realizou dois solos baseados nos textos de Yameru Maihime, de Hijikata, para o Festival Kazuo Ohno, além de performances em Akita e Aomori. Desde 2016 ela participa de Percepção do Corpo.

 

TAKAO KAWAGUCHI (dançarino / performer)

Entrou para o coletivo Dumb Type em 1996. Mais tarde, no ano 2000, iniciou seu trabalho solo, e desde entaÌ?o tem explorado performances ao vivo cruzando as fronteiras do teatro, dança, artes visuais e artes plásticas, colaborando com artistas de diferentes disciplinas. Começou em 2008, uma série de performances solo com Uma vida perfeita, a sexta obra foi apresentada no 5º Festival Yebisu Eizo no Tokyo Metropolitan Museum of Photography, em 2013. Recentemente ele abraçou o butô em "A Dançarina Doente" (2012) e "Sobre Kazuo Ohno" (2013). Tendo sido este último nomeado para o NYC Bessie Award, em 2016, e tendo apresentado em diversos teatros e festivais pelo mundo, como na Bienal Sesc de Dança (Campinas), Tanz im August (Berlim), Festival d'Automne (Paris), Kunstenfestivaldesarts (Bruxelas), dentre outros. Os trabalhos mais recentes incluem: Toque do outro (Los Angeles, 2015; Tóquio, 2016) e Blackout (2018, Tóquio).

A INSPIRAÇÃO

TATSUMI HIJIKATA

Um dos criadores do butô, Heijikata refez por meio desta dança-teatro a relação do corpo com o espaço, buscando suas origens em sua terra natal no período pós-segunda guerra. Nascido em Akita, no Japão, em 1928, mudou-se para Tóquio, em 1948, onde fez aulas de dança em estilos variados, incluindo jazz. Depois de Cores proibidas, em 1959, fez uma série de performances experimentais nos anos 1960 sob o título de Dance experience. Na década de 1970, ansiando por se reconectar com sua nativa Tohoku (região de Honshu, a maior ilha do Japão), desenvolveu a série do Projeto Tohoku Kabuki. Isto acabou por gerar as coreografias Tatsumi Hijikata e os japoneses – Revolta da carne (1968); Vinte e sete noites para as quatro estações (1972) e outras obras na mesma linha. Hijikata criou o conceito de ankoku butoh (dança de trevas) que emerge em movimento o entendimento sobre o sombrio, a violência, escatologia e morte.

Ainda sem tradução por conta de sua complexidade, A Dançarina Doente foi sua última obra, escrita num período em que já não dançava. No texto, o autor fala da relação da vida e a trajetória humana, trazendo à tona suas memórias.

TATSUMI HIJIKATA (1928 – 1986)

Nascido em Akita, no Japão, em 1928, mudou-se para Tóquio, em 1948, onde fez aulas de dança em estilos variados, incluindo jazz. Depois de Cores proibidas, em 1959, fez uma série de performances experimentais nos anos 1960 sob o título de Dance experience. Na década de 1970, ansiando por se reconectar com sua nativa Tohoku (região de Honshu, a maior ilha do Japão), desenvolveu a série do Projeto Tohoku Kabuki. Isto acabou por gerar as coreografias Tatsumi Hijikata e os japoneses – Revolta da carne (1968); Vinte e sete noites para as quatro estações (1972) e outras obras na mesma linha.

 

A DANÇARINA DOENTE (JAP)

Dias: de 14 a 15 de agosto

Horário: 21h (terça e quarta)

Local: Arte II (110 lugares)

Ingressos: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência); R$ 6,00 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).

Duração: 75 minutos

Classificação etária: 18 anos

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